Pernambuco e Bahia lideram desemprego no País no 1º trimestre de 2022. A desalentadora manchete que estampou o noticiário da semana passada trazia a informação de que em 26 das 27 unidades da federação, o desemprego no Brasil, sob a batuta do atual (des)governo, se mantém estável e que apenas o Amapá registrou queda da taxa, se comparada ao 4º trimestre de 2021.
Mesmo assim, o Amapá tem taxa de desemprego de 14,2% e apenas recuou 3,3 pontos percentuais, passando de 17,5% no quarto trimestre de 2021 para 14,2% no primeiro trimestre deste ano.
Segundo aponta o IBGE, o desalento do desemprego atinge mais mulheres, negros e jovens.
As maiores taxas de desemprego, retratadas pela manchete, ficaram na Bahia, com 17,6% da sua população economicamente ativa sem um posto de trabalho, Pernambuco, com 17,0% de taxa de desemprego, e Rio de Janeiro, onde o desemprego atinge 14,9% da população.
Na média nacional, a taxa de desemprego beira os 12%, com a falta de trabalho atingindo mais de 12 milhões de brasileiros.
O mais grave é que essa taxa é medida com base naqueles que vão ao mercado de trabalho, pressionando por uma vaga, em busca de emprego.
Para nosso lamento ser ainda maior, taxa de desemprego em alta e poder aquisitivo em baixa.
O rendimento médio real do trabalhador foi de R$ 2.548 no 1º trimestre. Em relação ao último trimestre de 2021, ficou 1,5% maior, mas em comparação ao ano anterior continua 8,7% menor.
Pelas projeções, a taxa de desemprego do Brasil deve ficar entre as maiores do mundo em 2022.
Em ranking elaborado pela Austin Rating, a partir das projeções do último relatório do FMI, o desemprego no Brasil deve ficar bem acima da média global, das economias emergentes e do G20.
O ranking inclui as projeções do FMI para um conjunto de 102 países e o Brasil aparece com a 9ª pior estimativa no quesito desemprego no ano, com 13,7%, bem acima da média global prevista para o ano que é de 7,7%, também acima da taxa dos países emergentes, prevista em 8,7%, e é a 2ª maior entre os membros do G20, ficando atrás apenas da África do Sul, para cujo país o FMI projeta taxa de 35,2%.
Tudo isso com um agravante: a taxa de informalidade verificada na economia nas cidades brasileiras.Entre os que estão fora do amparo formal do contrato de trabalho, com a segurança de benefícios previdenciários, o Brasil tem, hoje, uma taxa média de informalidade de 40,1% da população ocupada.
As maiores taxas de informalidade variam até 62,9%.
Como se diz no interior do País, além de queda, coice.
Mas para não dizer que não falei de flores, quero destacar o desempenho do nosso Ceará, o estado do Nordeste com a menor taxa de desemprego, embora ainda registre taxa na casa de 11%.
Mas o que seria o diferencial cearense na comparação com os outros estados dos nossos irmãos nordestinos?
Sem ter a presunção de ser portador da verdade absoluta, quero propor algumas reflexões sobre este cenário, a partir do que estou vendo em andanças pelo interior cearense.
Com números animadores que revelam sua saúde fiscal, o Ceará mantém liderança de investimento público no Brasil em 2020.
O Ceará já é líder de investimentos públicos no Brasil pelo quinto ano consecutivo. Os dados estão no Balanço Geral do Estado, documento que reúne todas as informações contábeis, financeiras e fiscais do Estado.
Na sua prestação de contas anual, o Ceará indica liderança nacional no percentual de recursos da Receita Corrente Líquida (RCL) destinado a investimentos.
Dos R$ 22 bilhões disponíveis, 11,3% foram destinados para os projetos governamentais nas diversas áreas, com destaque para Infraestrutura e Saúde.
O Ceará ultrapassou os R$ 3 bilhões em investimento público previsto para o ano de 2021, o que constituiu o maior volume da história do Estado em investimento público bancado com recursos próprios.
E o que isso tem a ver com o desempenho do Estado na questão do emprego e do desemprego?
Não vou mergulhar nos fundamentos da doutrina Keynesiana para justificar a minha crença de que o Estado deve intervir na economia, sempre que for necessário, com o objetivo de evitar a retração econômica e garantir o pleno emprego. A doutrina que ficou conhecida como uma “revisão da teoria liberal” serve fortemente de argumento para que eu possa fundamentar o êxito do Ceará, que tem conseguido navegar em sentido contrário ao que verificamos hoje em nosso País.
Outro pilar da minha crença keynesiana encontra âncora também no que verificamos na cidade de Fortaleza.
A capital cearense foi a capital do Nordeste que mais realizou investimentos públicos em 2021. No ranking nacional só ficou atrás de São Paulo em valores absolutos.
De acordo com dados da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), a capital cearense destinou R$ 938,9 milhões em obras públicas e melhorias em saúde e educação. Em termos relativos, Fortaleza ocupa o primeiro lugar do País, tendo investido 12,19% da Receita Corrente Líquida (RCL) do município.
E quando esse exemplo de capacidade gerencial e competência administrativa vem do setor público, não tenham dúvidas, a iniciativa privada sente firmeza e até se espelha nas ações para dinamizar a economia, abrindo vagas de emprego, mudando a ambiência dos negócios
Com muita humildade, poderia até dizer que temos avançado nas conquistas porque sabemos como construir políticas públicas vitoriosas que se espalham em benefício geral da nossa população, principalmente para torná-la mais imune às agruras de chagas como a do desemprego.
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