A Decrin, da Polícia Civil do Distrito Federal, se diferencia de outras delegacias policiais pelo nome comprido (como você verá a seguir) e por um pioneirismo que ninguém jamais vai tirar dela. Criada em janeiro de 2016, é a primeira no país a se especializar no combate a delitos cometidos contra cinco grupos vulneráveis: idosos, pessoas com deficiência e vítimas de discriminação por motivos raciais, religiosos ou por orientação sexual.
Daí os 149 caracteres de sua denominação oficial: Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa, ou por Orientação Sexual, ou Contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência.
Uma das ações recentes da Decrin foi a Operação Vetus, deflagrada em outubro sob a coordenação do Ministério da Justiça com o objetivo de combater crimes de violência contra idosos no DF e em todos os 26 estados brasileiros. Desde então a Polícia Civil do Distrito Federal abriu 260 procedimentos investigatórios envolvendo atos de violência praticados contra 804 pessoas idosas.
O trabalho da delegacia ganhou reconhecimento público ontem (segunda-feira, dia 6) com a entrega à delegada-chefe, Ângela Santos, e a outros integrantes da equipe do Prêmio Marielle Franco de Direitos Humanos, concedido pela Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Legislativa do DF.
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“É muita emoção para a Decrin receber um prêmio de direitos humanos com o nome de Marielle Franco”, disse ao blog a delegada-adjunta, Cyntia Cristina. “Marielle e sua luta estão presentes em cada um dos corações daqueles que acolhem, que se indignam no fundo de suas entranhas com a desigualdade, com a vulnerabilidade social, e com o descaso do Estado e da sociedade para com aqueles que mais precisam. Um prêmio como esse reacende a esperança de uma segurança pública mais humana, democrática e acolhedora”, completou ela.
O deputado distrital Fábio Félix (Psol), presidente da Comissão dos Direitos Humanos, disse ao blog que o prêmio “ajuda a fortalecer a memória de Marielle, suas lutas e a cobrança por justiça neste caso”. “Mas o principal é que fortalecemos movimentos sociais, ativistas, serviços públicos, jornalistas e outras categorias. Foi um evento muito potente na defesa dos direitos humanos”, acrescentou, referindo-se à premiação realizada na noite de segunda-feira.
Além da Decrin, foram premiadas as seguintes organizações e pessoas:
Ativistas – Douglas Protázio, Jacira Silva e Karina Aparecida Figueiredo
Empresa – Café Objeto Encontrado
Jornalismo – Bruno Melo e Revista Traços
Entidades da sociedade civil – Projeto Dividir, Campanha Despejo Zero, Instituto No Setor
Serviço Público – Núcleo de Direitos Humanos da Defensoria Pública do DF, Conselho de Saúde do Distrito Federal e UBS 5 de Taguatinga
Trabalho acadêmico – “Movimento negro em Brasília: memórias da ditadura”
(Com Cynthia Araújo)
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