Última candidata à Presidência da República a ser entrevistada no Jornal Nacional, da TV Globo, Simone Tebet, do MDB, foi instada a explicar a falta de apoio que padece dentro do seu próprio partido. Em nove estados e no Distrito Federal, os candidatos a governador declaram apoio a Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, ou a Jair Bolsonaro, do PL. Simone foi ainda questionada sobre os diversos casos de corrupção que envolvem políticos de seu partido.
“O MDB é maior que meia dúzia de caciques”, respondeu Simone Tebet. Simone, que é candidata por uma coligação que inclui o MDB, o PSDB e o Cidadania, afirmou que, em todos esses estados onde os candidatos a governador não a apoiam, ela teria apoio de prefeitos. Citou como exemplo Porto Alegre. A cidade é administrada pelo emedebista Sebastião Melo. Eduardo Leite, o candidato do PSDB ao Rio Grande do Sul, não garante apoio a ela.
Na avaliação de Simone, a falta de apoio de alguns setores do seu partido é reflexo da polarização entre Lula e Bolsonaro. Uma polarização que, segundo ela, “está levando o país para o abismo”.
“Só preciso de um caixote e um microfone”, disse ela, repetindo frase que já dissera na entrevista que deu ao Congresso em Foco no Conversa com os Presidenciáveis. “Sabemos das dificuldades regionais”, completou.
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Nos 40 minutos da entrevista que concedeu a William Bonner e Renata Vasconcellos no Jornal Nacional, Simone Tebet sugeriu a troca do atual modelo de presidencialismo de coalizão, que chamou de “presidencialismo de cooptação” por um “presidencialismo de conciliação”. Ela, porém, não deu maiores detalhes de como seria esse novo modelo. Disse, porém, que estabelecerá um controle rigoroso de fiscalização e controle sobre a destinação das verbas orçamentárias para acabar com desvios resultantes do chamado Orçamento secreto.
Simone Tebet foi questionada pelo fato de o MDB, nas últimas eleições, ter tido 76% de seus candidatos homens. “Não é só o MDB”, rebateu ela, dizendo que esse é um problema igual em todos os partidos. “É uma estrada. Tudo na vida é difícil. Você sabe disso, Renata”, disse ela, dirigindo-se à entrevistadora mulher da bancada. Simone citou exemplos da discriminação feminina: “Mulher recebe 20% do que recebe o homem. Se for uma mulher negra, preta, 40% menos”.
PublicidadeWilliam Bonner apontou algumas promessas de campanha do programa de governo de Simone Tebet afirmando que elas eram promessas genéricas. Simone respondeu que a campanha está começando, e que ela terá a oportunidade de detalhar de onde virão os recursos para fazer o que ela promete. Mas ela, porém, afirmou que buscará um redirecionamento dos R$ 19 bilhões do Orçamento secreto.
Segundo ela, suas prioridades serão “erradicar a miséria, reduzir a pobreza e acabar com a fome”.
“Pode faltar dinheiro para qualquer coisa, menos para acabar com a miséria”, afirmou.
Simone Tebet comprometeu-se com a aprovação da proposta de reforma tributária que já se encontra em tramitação no Senado, a PEC 110, que propõe um novo modelo de tributação sobre o consumo, com a criação de um Imposto sobre Valor Agregado (IVA). Mas disse também que irá criar um imposto sobre lucros e dividendos, o que chamou de “uma lei Robin Hood”, que tira dos mais ricos para dar aos mais pobres.
Sugeriu a ideia também de criação de uma previdência para o trabalhador informal, na qual se depositaria 15% do valor que ele declara receber como uma espécie de poupança que ele possa utilizar em caso de necessidade.
Terminada a rodada de entrevistas ao Jornal Nacional, o próximo grande momento dos candidatos deverá acontecer no domingo (27), quando acontecerá o primeiro debate entre os candidatos, na TV Band. Até o momento, ainda há a expectativa sobre se participarão ou não dos debates os dois candidatos que lideram a corrida eleitoral: Lula e Bolsonaro.
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