[vc_row][vc_column][vc_column_text]Nas eleições de 2018, serão 1237 mulheres negras aptas a disputar cargos eletivos. Levantamento do Congresso em Foco aponta que o Rio de Janeiro é, segundo dados extraídos do site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o estado que tem o maior número de mulheres autodeclaradas pretas concorrendo.
São 248 mulheres fluminenses autodeclaradas negras querendo concorrer a um cargo neste ano, das quais 231 já estão com os registros de candidatura autorizados. No comparativo com a última eleição geral, o aumento é de 151%: eram 92 as mulheres negras aptas a concorrer em 2014, primeiro ano em que a autodeclaração de raça fez parte dos dados do TSE. Candidatas que concederam entrevista ao Congresso em Foco atribuem o aumento dessas candidaturas à indignação pelo assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (Psol), em março deste ano (leia mais abaixo).
Em 2018, a maior parte delas (141, equivalente a 61%) concorre a uma vaga na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). As que tentarão uma cadeira no Legislativo federal são 83. Apenas uma é cabeça de chapa para o Palácio da Guanabara, sede do governo fluminense, enquanto outras duas são candidatas a vice. Uma concorre ao Senado e outras três são candidatas à primeira ou à segunda suplência.
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O levantamento foi concluído nesta segunda-feira (24) e leva em consideração apenas as mulheres que se autodeclararam pretas. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) considera negros também aqueles brasileiros que se consideram pardos.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_custom_heading text=”Perfil das candidatas” font_container=”tag:h3|text_align:center”][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_tta_tour color=”white” spacing=”5″ active_section=”1″ no_fill_content_area=”true”][vc_tta_section title=”Cargos que disputam” tab_id=”1537905873164-9ce58748-b8f1″][vc_round_chart type=”doughnut” stroke_width=”2″ values=”%5B%7B%22title%22%3A%22Deputada%20estadual%3A%20141%22%2C%22value%22%3A%22141%22%2C%22color%22%3A%22grey%22%7D%2C%7B%22title%22%3A%22Deputada%20federal%3A%2083%22%2C%22value%22%3A%2283%22%2C%22color%22%3A%22sandy-brown%22%7D%2C%7B%22title%22%3A%22Senadora%3A%201%22%2C%22value%22%3A%221%22%2C%22color%22%3A%22vista-blue%22%7D%2C%7B%22title%22%3A%22Governadora%3A%201%22%2C%22value%22%3A%221%22%2C%22color%22%3A%22pink%22%7D%2C%7B%22title%22%3A%22Vice-governadora%3A%202%22%2C%22value%22%3A%222%22%2C%22color%22%3A%22chino%22%7D%2C%7B%22title%22%3A%22Suplentes%3A%203%22%2C%22value%22%3A%223%22%2C%22color%22%3A%22turquoise%22%7D%5D” title=”Candidatas negras no Rio de Janeiro (por cargo)”][/vc_tta_section][vc_tta_section title=”Média de idade” tab_id=”1537906068794-0d41f199-03cc”][vc_column_text]
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A mais nova tem 21 anos
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A mais velha tem 85 anos
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A média de idade é de 48 anos
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No estado vizinho, Adriana Vasconcellos (Psol), candidata a deputada federal por São Paulo, vê um “estopim” do crescimento de candidaturas de mulheres negras, não apenas no Rio, com o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco.
Amiga da vereadora assassinada e vereadora em Niterói, Talíria Petrone afirma que a execução foi uma barbárie e um crime político motivado pelas bandeiras defendidas pela vereadora. “Certamente esse assassinato brutal despertou um sentimento de urgência para a ocupação da política em muitas mulheres, em especial mulheres negras.”
Talíria, que é candidata a deputada federal, conta ainda que é abordada por mulheres jovens que expressam indignação pela execução e questionam o que é possível fazer para mudar uma realidade ameaçadora para mulheres.
“As candidaturas de mulheres, em especial de mulheres negras, refletem o fortalecimento da resistência ao machismo e ao racismo, resistência que sempre existiu nas periferias e favelas e que dessa forma vai crescer ainda mais”, diz a candidata.
Mônica Francisco, que também é do Psol, reforça a impressão da correligionária Talíria e acredita que a execução de Marielle “gerou e acelerou um movimento por representação e representatividade” para formulação de políticas públicas. “Não será mais possível formular, pensar ou construir a política sem a nossa presença”, diz Mônica.
“Com o ascenso das lutas das mulheres, cada vez mais vão ocupar a política para lutar por seus direitos e por outro modelo de sociedade. Não vamos nos calar mais”, completa Talíria.
A petista Verônica Lima também acredita que Marielle inspirou mulheres a assumir candidaturas. “As mulheres negras estão reivindicando suas vozes, estão colocando a cara a tapa especialmente porque sabem que suas pautas precisam de representações que vivam na pele essas realidades”, resumiu a candidata.
Em contraponto, a ativista Carla Mayumi, uma das criadoras do VoteNelas – coletivo que organizou o site de mesmo nome com o objetivo de ajudar a monitorar campanhas femininas em 2018 –, diz que não atribuiria a tendência somente ao caso de Marielle.
Ela pondera que, tendo em vista os prazos estabelecidos pela Justiça, o tempo foi razoavelmente curto para uma decisão de concorrer. Marielle foi assassinada em 14 de março, pouco menos de um mês antes do prazo final para estar filiado a um partido e para a desincompatibilização para quem tinha cargo ou função pública.
“Talvez tenha um ‘efeito Marielle’. Mas o Rio de Janeiro, pela situação de violência em que o estado está, e a questão do genocídio de negros e mulheres, me parece fazer muito sentido [que mais mulheres negras se candidatem]”, observou.
Carla também cita uma questão abordada por quase todas as candidatas ouvidas pelo Congresso em Foco: a conscientização dessas mulheres sobre política institucional e politização nas comunidades.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_custom_heading text=”Mulheres candidatas no Brasil” font_container=”tag:h3|text_align:center”][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column width=”1/3″][vc_message]
Número de candidatos aptos
27.208
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Número de mulheres aptas
9.204
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Mulheres negras aptas
1.237
[/vc_message][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]Legislativo
A maior parte das mulheres registradas na Justiça eleitoral concorre a uma vaga na Alerj – que, atualmente, tem apenas uma mulher autodeclarada negra, a deputada Enfermeira Rejane (PCdoB), ocupando uma das 70 cadeiras do parlamento estadual.
Tainá de Paula, correligionária de Rejane, é uma das 141 negras pleiteantes a uma vaga na Alerj. Ela aponta uma questão prática para explicar a razão de menos candidaturas ao Legislativo federal: com as novas regras para eleger um deputado federal – uma cláusula de barreira foi criada na minirreforma eleitoral do ano passado –, os partidos decidiram adotar a estratégia de lançar menos candidatos à Câmara.
“Nesse sentido, como a gente também tem uma renovação de candidaturas, novas candidaturas entrando no cenário. A gente vê uma grande possibilidade de testagem na urna dessas novas figuras”, opina Tainá.
Mônica Francisco (Psol), que também concorre a deputada estadual, está em sua primeira eleição. Para ela, a proximidade dos temas também é um fator a ser levado em conta.
“Acredito que a proximidade das pautas com a localização de suas ações chame atenção. Começando a disputa a partir das pautas mais locais, no âmbito do estado, ainda mais próximo do nosso cotidiano, para depois, se for o caso, pensarmos os meandros do Congresso Nacional e da construção política em escala federal.”
Verônica Lima, que concorre a deputada federal, também aponta para a proximidade com os problemas do estado em relação ao número de candidaturas estaduais. “Mas as candidaturas a federal e estadual são fundamentais para construirmos uma rede poderosa de mulheres que lutam pela igualdade, contra o racismo e pelos nossos direitos”, afirma a candidata, que foi a primeira mulher negra a assumir o cargo de vereadora em Niterói.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_custom_heading text=”Candidatas negras em São Paulo, na Bahia e em Minas Gerais” font_container=”tag:h3|text_align:center”][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column width=”1/3″][vc_hoverbox image=”358064″ primary_title=”” hover_title=”166 negras em São Paulo”]Em 2014 eram 105[/vc_hoverbox][/vc_column][vc_column width=”1/3″][vc_hoverbox image=”358065″ primary_title=”” hover_title=”106 negras na Bahia”]Em 2014 eram 59[/vc_hoverbox][/vc_column][vc_column width=”1/3″][vc_hoverbox image=”358067″ primary_title=”” hover_title=”105 negras em Minas Gerais”]Em 2014 eram 51[/vc_hoverbox][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]
São Paulo é o estado com o maior número total de mulheres candidatas neste ano. Das 1255 mulheres, 870 (equivalente a 69,3%) são brancas.
[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]Minoria entre candidatos, maioria na população
Para efeito de comparação, no Rio de Janeiro são 548 mulheres brancas, 348 pardas, 3 amarelas e 2 indígenas na corrida eleitoral. Entre os homens, são 344 negros, 833 pardos, 4 indígenas e 1.365 brancos.
O total de mulheres negras concorrendo no país, segundo os números do TSE, é equivalente a menos de 5% (4,5%) dos mais de 27 mil candidatos considerados aptos até o dia 24 de setembro. Desse total, 9.204 nomes, pouco mais dos 30% exigidos por lei, são de mulheres.
No Brasil, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres são 52% da população brasileira. No país, negros e pardos também compõem a maior parcela a população. Negros eram 8,8% e pardos 47,1% no segundo trimestre deste ano.
Os estados de São Paulo, Bahia e Minas Gerais são os outros três estados com o maior número de mulheres negras no pleito eleitoral deste ano: são 166, 106 e 105 candidatas negras a cargos eletivos, respectivamente.
Além do Rio, os números da participação feminina também subiram nessas unidades federativas. Na última eleição eram 105 mulheres negras aptas a concorrer por São Paulo, 59 na Bahia e 51 em Minas Gerais.
São Paulo é o estado com o maior número total de mulheres candidatas neste ano. Das 1.255 mulheres em disputa, 870 (equivalente a 69,3%) são brancas. Entre as 166 negras que concorrerão por São Paulo, Adriana Vasconcellos acredita que o crescimento do número de candidaturas de pessoas negras é influenciado pelo entendimento do mecanismo da política institucional e da conscientização sobre participação e representatividade, além da política do dia a dia.
São Paulo e Minas são os maiores colégios eleitorais do país, mas o estado com mais pessoas negras e pardas, de acordo com a Pnad Contínua, é a Bahia. O estado nordestino tem 21,4% de sua população autodeclarada negra e 60% parda, seguido pelo Rio de Janeiro, com 12,5% e 41,9%. Em São Paulo, a taxa é 7,4% de negros e 31,5% de pardos, enquanto em Minas é de 11,1% e 48,6%, respectivamente.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_custom_heading text=”Raças X Gênero” font_container=”tag:h3|text_align:center”][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column width=”1/2″][vc_round_chart type=”doughnut” stroke_width=”2″ values=”%5B%7B%22title%22%3A%22Brancas%3A%20548%22%2C%22value%22%3A%22548%22%2C%22color%22%3A%22grey%22%7D%2C%7B%22title%22%3A%22Pardas%3A%20348%22%2C%22value%22%3A%22348%22%2C%22color%22%3A%22chino%22%2C%22custom_color%22%3A%22%23ff675b%22%7D%2C%7B%22title%22%3A%22Negras%3A%20231%22%2C%22value%22%3A%22231%22%2C%22color%22%3A%22mulled-wine%22%7D%2C%7B%22title%22%3A%22Amarelas%3A%203%22%2C%22value%22%3A%223%22%2C%22color%22%3A%22orange%22%2C%22custom_color%22%3A%22%23ff675b%22%7D%2C%7B%22title%22%3A%22Ind%C3%ADgenas%3A%202%22%2C%22value%22%3A%222%22%2C%22color%22%3A%22juicy-pink%22%2C%22custom_color%22%3A%22%23ebebeb%22%7D%5D” title=”Mulheres”][/vc_column][vc_column width=”1/2″][vc_round_chart type=”doughnut” stroke_width=”2″ values=”%5B%7B%22title%22%3A%22Brancos%3A%201.365%20%22%2C%22value%22%3A%221365%20%22%2C%22color%22%3A%22grey%22%7D%2C%7B%22title%22%3A%22Pardos%3A%20833%20%22%2C%22value%22%3A%22833%20%22%2C%22color%22%3A%22chino%22%2C%22custom_color%22%3A%22%23ff675b%22%7D%2C%7B%22title%22%3A%22Negros%3A%20344%20%22%2C%22value%22%3A%22344%20%22%2C%22color%22%3A%22mulled-wine%22%7D%2C%7B%22title%22%3A%22Ind%C3%ADgenas%3A%204%22%2C%22value%22%3A%224%22%2C%22color%22%3A%22juicy-pink%22%2C%22custom_color%22%3A%22%23ebebeb%22%7D%5D” title=”Homens”][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]Negras e candidatas
O Congresso em Foco entrou em contato com seis candidatas negras a deputadas estadual e federal no Rio. Dentre as 231 candidatas, apenas nove tentam a reeleição, entre elas a deputada federal fluminense Rosângela Gomes (PRB). O partido de Rosângela, ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, é um dos que têm o maior número de candidatas negras neste ano no Rio, com 14 postulantes. Procurada pela reportagem para conversar sobre o tema, Rosângela não respondeu às perguntas enviadas até a publicação deste texto.
Quase um quarto das candidatas (57 das 231, equivalente a 24%) está concorrendo pelos principais partidos considerados de esquerda no país. PDT têm 16 candidatas negras, seguido por PCdoB (15), PT (12) e Psol, partido de Marielle Franco, escolhido por 14 candidatas negras fluminenses.
Para a candidata a deputada estadual pelo Psol Dani Monteiro, influenciam no aumento de mulheres negras concorrendo questões como o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que interrompeu um processo de conciliação entre direitos da classe trabalhadora com lucro das elites, além da seletividade da Justiça em favor de políticos e da crise de representatividade da própria classe política.
“As pessoas estão cansadas e desencantadas da política feita pelos mesmos rostos, pelos mesmos homens brancos com os mesmos sobrenomes, as mesmas famílias”, diz Dani. “Em momentos de conjuntura difícil, é quando essas pessoas mais se levantam”, completa a candidata de 27 anos.
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ainda bem que eu nao voto no rio
Vejo como o Brasil é atrasado. Ainda se dá importância a esse negócio de cor de pele e gênero. O que tinha que ter importância de verdade é de fato a capacidade da pessoa ocupar o cargo que postula. Não a cor. Não o gênero.
Não sei se é muita ingenuidade da minha parte, mas é muita pequenez achar que a morte de Mariellle foi porque ela era negra e mulher. Marielle morreu porque era determinada e focada no que fazia. Incomodou muita gente da politica e do trafico de drogas. Ela morreu porque fazia acontecer. Só isso. Acredito que vamos dar um passo a frente quando acreditarmos que PESSOAS não devem ser assassinadas por esses grupos malditos que atuam sem qualquer intervenção da policia e com a policia!!!