O presidente nacional do PSDB, Bruno Araujo, decidiu acatar um pedido feito pelo deputado Aécio Neves (PSDB-MG) e marcar para outubro o processo de prévias para escolher o candidato a presidente em 2022.
É a primeira vez que a legenda faz isso em âmbito nacional. Mario Covas, Fernando Henrique Cardoso, José Serra, Geraldo Alckmin e Aécio Neves foram escolhidos candidatos a presidente por decisão unânime da legenda, sem prévias. A ideia já foi aplicada nas eleições para prefeitura de São Paulo em 2016 e para o governo paulista em 2018. Em ambas, João Doria foi escolhido candidato.
A decisão do partido acontece um dia depois do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin anular as condenações de Lula (PT) na Lava Jato do Paraná e torná-lo elegível em 2022.
Desta vez, o processo de prévias dificulta os planos de Doria, que buscava ser escolhido o candidato do partido por aclamação e tentou assumir a presidência do PSDB para garantir isso, mas não teve sucesso. Adversários de Doria na sigla tentam fortalecer o nome de Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul. O gaúcho é hoje o tucano apontado como principal adversário de Doria na disputa pela candidatura.
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O Congresso em Foco ouviu um aliado próximo de Doria, que confirmou que o governador vai se inscrever no processo de prévia e não considera o processo uma derrota para ele. “Somos filhos das prévias”, disse a fonte.
Eduardo Leite evitou responder se vai se inscrever nas prévias. “Uma decisão da executiva, que me parece correta. Longo caminho pela frente. Inscrições apenas em agosto. Foco total no governo e no enfrentamento da pandemia agora”, disse ao Congresso em Foco.
De acordo com o presidente nacional do PSDB, os debates sobre as prévias vão tomar força no final do primeiro semestre deste ano, quando o partido vai definir as regras pelas quais o processo vai ser conduzido.
“Por enquanto os dois governadores são quem eventualmente se tem de candidatos, mas só vai confirmar pelo prazo de inscrição, que é 10 de agosto. Até o final do mês que vem uma comissão é organizada para as prévias, a comissão deve estabelecer critério mínimos para estabelecer que uma candidatura deve ter o apoiamento mínimo de deputados federais e senadores para poder dar densidade ao apoiamento, uma densidade política ao apoiamento, dar uma representatividade, apoio político substancial para uma pré-candidatura a presidente”, afirmou o dirigente partidário ao Congresso em Foco.
Bruno Araújo afirmou que a decisão do PSDB já estava tomada antes do STF permitir Lula ser candidato, mas reconhece que o partido precisa se adiantar para fazer frente a Lula e ao presidente Jair Bolsonaro.
“Isso fortalece o partido em um momento que as candidaturas de centro estão mais cobradas a partir do momento da dicotomia entre Lula e Bolsonaro, esse é um exercício que o partido precisa fazer também, dialogando com outros partidos fora do PSDB em relação a espaço.”
Os pré-candidatos do PSDB terão um mês e meio para fazer campanha e convencer os correligionários de que devem ser escolhidos candidatos.
“O registro começa em agosto, mas são 45 dias de campanha, 45 dias de campanhas internas do partido, nas redes, diretórios, vai depender de como vai estar a pandemia na questão de exposição externa ou não. O país vai vivenciar, tem experiência disso em São Paulo e vai viver pela primeira vez agora no país”, disse Araújo.
O presidente do PSDB afirmou que tanto Leite quanto Doria foram informados previamente da decisão de que as prévias serão feitas em outubro. “Todos os dois governadores e todos os dois com absoluta consciência que as prévias fortalecem suas pretenções e mais do que isso, fortalecem uma candidatura de quem vier a ser escolhido pelo partido”.
Além de Eduardo Leite e João Doria, Araújo citou o senador Tasso Jereissati (CE) como opção do partido ao Planalto. O cearense tem evitado se colocar como um pré-candidato e em declarações recentes ressaltou as investiduras de Doria e Leite.
“É uma alternativa, a gente torce muito para que Tasso possa colocar o nome dele a disposição, é um dos quadros mais respeitados da política nacional. Seguramente ele vai ser estimulado por parte do partido”, declarou Bruno Araújo.
> Escolha de Aécio para Relações Exteriores gera mal estar entre PSL e Lira
Dória se misturou com esterco (“BolsoDória”), agora que se lasque hahahaha
E aí tucanada-blindada (alguém já viu tucano preso?), vai apelar pro Aécio agora?