Os riscos de defecções no PSDB como consequência de ressentimentos que ficaram do processo de prévias no partido, somados ao fraco desempenho nas pesquisas, preocupam o governador de São Paulo João Doria, candidato tucano à Presidência. Como reação a isso, Doria tem intensificado conversas com outras legendas para formar uma federação. O problema é que a forma atropelada como vêm acontecendo essas conversas pode gerar novos problemas, e não soluções.
Nesta quarta-feira (2), os presidentes do PSDB e do MDB, Bruno Araújo e Baleia Rossi, conversaram em São Paulo. E a ideia de formação de uma federação foi discutida. Na prática, porém, a possibilidade de consolidação dessa união é considerada remota.
O problema maior é o mesmo que vem até agora atrapalhando outras negociações parecidas, como as do PT com o PSB: as candidaturas aos governos dos estados. Mas, no caso, com muito maior dificuldade de um entendimento. MDB e PSDB só vêem alguma chance de candidatura única em três estados: Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Em outros, os emedebistas estão muito próximos de fechar apoio ao PT, casos do Piauí e Alagoas. Há outros casos em que há chance de fechar com o DEM, como Goiás.
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Uma fonte disse ao Congresso em Foco Insider que a busca de Doria em fechar federações está muito relacionada ao risco de o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que Doria derrotou nas prévias, deixar o PSDB para ingressar no PSD, partido comandado por Gilberto Kassab. A defecção levaria outros tucanos além de Eduardo Leite. E agravaria uma situação que já se complicou com a saída do ex-governador Geraldo Alckmin, que deve ir para o PSB para ser o candidato a vice de Luiz Inácio Lula da Silva, do PT.
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O problema é que nessas tratativas Doria vai atrapalhando outros entendimentos. O MDB tem uma pré-candidata à Presidência, a senadora Simone Tebet (MS).
Constrangimento semelhante vem acontecendo com o Cidadania, outro partido que Doria vem procurando para formar federação. O senador Alessandro Vieira (SE) é pré-candidato à Presidência pelo Cidadania. E reclama não estar sendo ouvido nessas tratativas, uma situação que considera no mínimo um desrespeito.
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