Uma pesquisa qualitativa feita pelos pesquisadores Carolina de Paula, João Feres Jr., Walfrido Jorge Warde Jr. e Rafael Valin, do Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa (IREE) e o Laboratório de Estudos de Mídia e Esfera Pública (Lemep) da Universidade do Rio de Janeiro (UERJ) ajuda a compreender quais são as forças e as fraquezas do bolsonarismo e as consequências das ações desse grupo nas eleições de 2022.
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A pesquisa mostra que entre aqueles que votaram no presidente Jair Bolsonaro em 2018 há dois movimentos básicos: os que seguem com ele e os que se arrependem do voto. Parte desse segundo grupo gostaria da aparição de uma terceira via, de um nome alternativo à polarização entre Bolsonaro e o candidato do PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas há uma parte desses bolsonaristas arrependidos que agora cogita votar em Lula no ano que vem.
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Há, porém, um grupo de 30% que permanece com Bolsonaro. E o que a pesquisa qualitativa mostra é como tais grupos pensam a respeito de temas como a covid-19, compra de vacinas, o noticiário sobre o governo, a TV Globo, entre outros temas.
“Os mais renhidos defensores de Bolsonaro são em geral muito conservadores, não raro evangélicos que se percebem como moralmente insulados do resto da população ou militaristas autoritários convictos”, observa a pesquisa.
“Há um grupo numeroso que apoia Bolsonaro mas com críticas, seja a questões pontuais de sua agenda (como a homofobia, a liberação do armamento ou o trato com a covid) ou à sua postura pouco presidencial. Quase todos esses justificam seu apoio pela adesão ao discurso anticorrupção de Bolsonaro, não raro manifestando fortes sentimentos antipetistas e anti-Lula”, prossegue.
“Os arrependidos expressam preferências fortíssimas de repúdio a Bolsonaro, não raro utilizando palavras chulas para se referirem a sua figura. O sentimento de vergonha pelo voto e pelo comportamento e posições de Bolsonaro é disseminado nesse grupo. Praticamente todos relatam ter votado em Bolsonaro em 2018 por estarem cansados da corrupção do PT e/ou por ansiar renovação na política”, diz a pesquisa nas suas conclusões.
“O arrependimento do voto em Bolsonaro em 2018 não redunda em apoio imediato ao PT, mas muitos consideram seriamente a possibilidade de votar em Lula se ele for candidato em 2022 e outros declaram abertamente entusiasmo pela perspectiva de volta do líder petista”, continua o texto.
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