Amazônia, maior floresta tropical do planeta, tem sido vítima de um acelerado processo de desmatamento predatório. O Brasil lidera essa destruição, promovendo impactos de grandes proporções sobre a biodiversidade, recursos hídricos e regime de chuvas, que se somam à degradação sociocultural de povos indígenas e comunidades tradicionais, que vivem em estreita relação de dependência com a floresta. É o que aponta João Paulo Capobianco, em sua nova obra literária Amazônia, uma década de esperança.
O avanço predatório que choca o país e o mundo, visto que a Amazônia possui importância capital para o equilíbrio climático do planeta, é ainda mais grave quando lembramos que há poucos anos o Brasil implementou um programa bem-sucedido de controle do desmatamento.
Um dos responsáveis pela concepção e coordenação do PPCDAm (Plano de Proteção e Controle do Desmatamento na Amazônia), lançado pelo governo federal em 2004, Capobianco descreve com detalhes como as políticas públicas foram definidas, organizadas e implementadas e quais foram os seus reflexos sobre os atores envolvidos, a economia, a opinião pública, os meios de comunicação e as esferas políticas.
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Em entrevista ao Congresso em Foco, Capobianco falou sobre como foi olhar para as políticas ambientais adotadas pelos governos anteriores a partir do cenário atual, no qual o país amarga recordes inversos aos conquistados com o PPCDAm. De maneira crítica, observa: “a política do atual governo é degradar, é ocupar de forma predatória a Amazônia. E para implementar essa política de ocupação predatória a qualquer preço, leva as ações de desmonte da legislação e de fragilização dos órgãos públicos.
Leia aqui a íntegra da entrevista.
Na obra, o biólogo e ex-Secretário de Biodiversidade e Florestas e ex-Secretário-Executivo do Ministério do Meio Ambiente na gestão Marina Silva, busca demonstrar que há “luzes de esperança” quando se tem uma conjunção de esforços coordenados mitigando intervenções do Estado, em sintonia com a sociedade civil, nas políticas de preservação da cobertura florestal na região Amazônica brasileira.
Nela o leitor poderá conhecer os elementos fundamentais que contribuíram para tornar realidade a redução do desmatamento, até então considerada uma missão impossível, depois de décadas de tentativas frustradas, que também são detalhadas na publicação.
O autor apresenta, ainda, como todo o trabalho de proteção da Amazônia foi sendo lentamente desarticulado e as iniciativas que levaram ao enfraquecimento progressivo da legislação ambiental e do PPCDAm, que culminaram na sua extinção no primeiro ano do atual governo.
A obra Amazônia, uma década de esperança, será lançada em Brasília, nesta quarta-feira (15), às 19h, no restaurante The Plant, na Asa Sul.
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