Quem ganhou e quem perdeu no domingo que sacudiu a política brasileira?
No teatro de absurdos que transformou magistrados em lutadores de telequete, o Judiciário foi arrastado para a lama de vez. A Praça do Três Poderes afundou sob o olhar assombrado da patuleia.
O PT conseguiu marcar um gol na derrota. Esperou o recesso para colocar o pedido de soltura de Lula nas mãos de Favretto. Jogada ensaiada, obviamente. Vale também. Moro cansou de marcar gols em jogadas assim com a Globo e com seus companheiros do TRF4.
Não havia esperança de que o ex-presidente ficasse muito tempo solto. Se tivesse saído, Lula voltaria provavelmente no dia seguinte. Seria um fato político que repercutiria no mundo. Algumas horas de declarações que fortaleceriam o muro que o partido tenta erguer em volta dos votos lulistas.
Não iria além disso. Quem conhece Luiz Inácio sabe que o petista dificilmente cederia aos apelos para que fugisse e se refugiasse numa embaixada “amiga”.
O desfecho foi mais uma derrota da defesa de Lula, apesar do gostinho de vitória. Fustigar o inimigo num cenário de imensa defensiva mantém a tensão e o combate vivo.
O Judiciário teve uma vitória com gosto de derrota. Moro atuou como militante afoito do movimento estudantil. Errou feio no seu “ativismo ideológico”. Os neopositivistas de Curitiba e Porto Alegre foram dormir abraçados com o rei Pirro.
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PublicidadeO presidente do TRF4 e o relator do caso expuseram as vísceras da parcialidade. O pavor de ter Lula livre, mesmo que por algumas horas, foi um “recibão”.
O STF assistiu tudo meio escondido, como o Joselino Barbacena da escolinha do professor Raimundo: “Já me descobriu eu aqui de novo, sô?”
O povo apenas contemplou a torre de babel. Um terço quer Lula livre. Um terço quer Lula preso. O outro terço quer todos presos. O eleitor médio olha a política e as instituições com cada vez mais desesperança.
Bolsonaro é o outro vitorioso da derrota de domingo. A radicalização eleva a tensão social, aprofunda os conflitos e joga a disputa eleitoral para os pólos. O Capitão, jogando certinho, fez um pronunciamento curto e grosso sobre o episódio.
Marina deu uma declaração envergonhada de apoio à Lava Jato. Alckmin se posicionou na centro-direita sem ataques diretos ao PT, agarrou-se à defesa da democracia e da ordem. Ciro fez uma fala na centro esquerda, defendendo princípios, sem fulanizar.
O tucano e o pedetista disputam o apoio do Centrão, tentam conquistar o eleitor médio e pescam votos na direita e na esquerda, respectivamente. Qualquer escorregão quando a temperatura sobe pode custar caro.
Manter Lula vivo é decisivo para que o PT prepare o desembarque do lulismo no plano B quando a hora chegar, evitando a dispersão. O fato criado atendeu a este objetivo. Os ataques ao suposto silêncio de Ciro são parte da estratégia de manter o “cercadinho do lulismo” forte.
O Partido dos Trabalhadores mira num segundo turno entre seu plano B e Bolsonaro. Uma aposta de alto risco com consequências imprevisíveis. O fascista sonha com o mesmo. Um cenário possível que, caso se concretize, levará a uma avalanche de “não votos”.
Neste jogo, o Brasil segue derrotado, um país dividido, em frangalhos. Faltando cerca de 30 dias para o desfecho das chapas que disputarão as eleições, o dia 7 de outubro vai ganhando ares de uma simples escala rumo a uma crise que parece estar muito longe do fim.
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O CNJ deveria abrir processo disciplinar contra o desembargador relator do processo da lava jato no TRF 4 por ter dado parecer juridico estando em ferias contrariando o HC do desembargador de plantao. se é para apurar arbritariedade entao deve investigar a atitude do juiz de 1ª instancia que estava de ferias e que descumpriou mandato judicial de uma corte superior a sua. se e para investigar tambem a competencia do plantonista do TRF 4 que se investigue tudo. acho que a população deve estar apavorada com esse litigio de competencia. imagine o cidadao comum preso e acusado de crime sem provas submetido a essa jurisprudencia processual sem um bom advogado de defesa. quantos estao em masmora medieval sem condenação pelos presidios afora.
Independente da prisão do Maior Criminoso Vivo do Brasil, urge também prender seus eleitores, que são tão criminosos quanto ele. A sociedade honesta e produtiva precisa fazer isso urgente afim de diminuir os índices de criminalidade (roubos, assaltos, pedofilia, tráfico de drogas e armas, etc).