Na mais nova atualização do governo do Rio Grande do Sul sobre a situação do estado, o número de mortos na tragédia climática chegou a 107. Ainda há 136 pessoas desaparecidas. Além disso, os feridos chegam a 374.
Às 7h da manhã desta quinta-feira (9) o Rio Guaíba, o principal de Porto Alegre, estava com 5,04 metros, uma altura menor do que a registrada no dia anterior, mas ainda 2 metros acima do nível de inundação.
De acordo com o governo gaúcho, mais de 1,4 milhão de pessoas foram atingidas pelas fortes chuvas e inundações. São 425 cidades afetadas, de um total de 497 em todo o estado. Mais de 164 mil pessoas estão desalojadas e outras 67 mil estão em abrigos.
As secretarias do Meio Ambiente e Infraestrutura, de Logística e Transportes e da Educação do Rio Grande do Sul também monitoram a situação das cidades gaúchas. Mais de 452 mil casas estão sem acesso à água potável até a manhã desta quinta-feira (9). A energia elétrica também não foi restaurada em quase 380 mil casas.
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Barragem em emergência
O governo do Rio Grande do Sul informou, na quarta-feira (8), que cinco barragens estão em situação de emergência por causa das enchentes que atingem o estado. Segundo a Secretaria de Meio Ambiente e Infraestrutura, há risco de rompimento e é preciso que sejam adotadas medidas para preservação de vidas.
As barragens nessa situação são:
- Usina Hidrelétrica 14 de Julho, em Cotiporã e Bento Gonçalves;
- Central Hidrelétrica Salto Forqueta, em São José do Herval e Putinga;
- São Miguel e do Arroio Barracão, em Bento Gonçalves; e
- Saturnino de Brito, em São Martinho da Serra.
Já a Barragem Capané, em Cachoeira do Sul, está em nível de alerta, o que significa que os danos representam risco à segurança da barragem e exigem providências. Segundo o governo do estado, as ações de resposta a todos esses cenários já estão em andamento.
Liberação de recursos
Uma portaria do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional dispensa a apresentação de planos de trabalho para liberação imediata de recursos para o socorro e a assistência às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. De acordo com o texto no Diário Oficial da União, os repasses são de R$ 200 mil para municípios com até 50 mil habitantes, de R$ 300 mil para os que têm até 100 mil habitantes e de R$ 500 mil para aqueles com mais de 100 mil.
“Este é um valor para ajuda imediata. Isso não quer dizer que não haverá outros valores, a partir dos planos [de trabalho]. Isso é para garantir, precisamos que as pessoas que estão nos abrigos tenham água, comida, coberta, banheiro químico, material de higiene”, disse, na tarde de quarta-feira (8), em Porto Alegre, o ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, Paulo Pimenta, um dos coordenadores da resposta do governo federal às enchentes no Rio Grande do Sul.
De acordo com o secretário nacional de Defesa Civil, Wolney Wolff, os recursos devem ser solicitados mediante ofício, sem plano de trabalho, com liberação sumária por parte do governo, em contas da Caixa Econômica Federal. O dinheiro poderá ser usado para aquisição de água, kits de limpeza e de alimentação e de combustível, entre outros. “Ficou muito à vontade para o prefeito fazer a compra imediatamente para apoiar a população que precisa”, afirmou.
Em entrevista coletiva hoje em Porto Alegre, para atualizar as ações de assistência à população afetada, o governo federal citou ainda a aprovação de planos de trabalho de 27 municípios, que receberão R$ 22 milhões em recursos para a Defesa Civil, em recursos com autorização de despesa em andamento.
Também serão empenhados (autorizados) ainda nesta quarta R$ 12 milhões para que o governo do estado compre combustível e abasteça 40 helicópteros que estão sendo empregados no resgate das vítimas. Há ainda R$ 1,6 milhão para abastecimento e aluguel de caminhões, tratores e outras máquinas.
“Esse trabalho, nós vamos manter em todo o período de ajuda humanitária e depois vamos ficar com esses escritórios [do governo federal] auxiliando nas questões do restabelecimento e da reconstrução, que é o maior desafio”, afirmou o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes.
Com informações da Agência Brasil.
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