Em conversa com uma filha no dia 9 de junho, o ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) havia tido um “pressentimento” de que poderia ser atingido por meio do ex-ministro. As degravações foram divulgadas pelo portal G1.
“A única coisa meio… hoje o presidente me ligou… ele tá com um pressentimento, novamente, que eles podem querer atingi-lo através de mim, sabe? É que eu tenho mandado versículos pra ele, né?”, disse Ribeiro para a filha.
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Questionado pela filha se o presidente queria que o ex-ministro parasse de mandar mensagens, Ribeiro negou. “Não! Não é isso… ele acha que vão fazer uma busca e apreensão… em casa… sabe… é… é muito triste. Bom! Isso pode acontecer, né? Se houver indícios, né?”, afirmou.
Os trechos fazem parte de uma ligação interceptada pela Polícia Federal durante a investigação responsável pela prisão de Milton Ribeiro na quarta-feira (22). Segundo o Ministério Público Federal (MPF), os indícios apontam uma interferência do presidente nas investigações.
Por conta das suspeitas, o MPF pediu que a investigação de Milton Ribeiro seja enviada para o Supremo Tribunal Federal (STF), uma vez que o presidente possui foro por prerrogativa de função. O pedido foi atendido pelo juiz Renato Borelli, da Justiça Federal em Brasília, e o caso voltará para a ministra Cármen Lúcia.
Milton Ribeiro foi preso preventivamente na quarta-feira (22), após denúncias apontarem a existência de um “gabinete paralelo” dentro do Ministério. Ribeiro era assessorado pelos pastores Arilton Moura e Gilmar Santos, que atuavam na distribuição de verbas federais destinadas à educação do país, mesmo sem terem vínculo com o MEC e com o governo federal. O ex-ministro e os pastores foram soltos após a decisão do desembargador Ney Bello, proferida nessa quinta-feira (23).