A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, candidata da Rede à sucessão de Michel Temer (MDB), conseguiu o apoio do Partido Verde e terá o ex-deputado federal Eduardo Jorge como vice em sua chapa presidencial. Marina e Eduardo esperavam apenas as cúpulas dos respectivos partidos baterem o martelo, pois o convite já havia sido feito e acatado pelo médico sanitarista.
“Feliz por esta tão importante decisão. Obrigada @EduardoJorge43 e @partidoverde. 2018 chegou!”, festejou Marina em sua conta no Twitter.
Com o acerto, dois ex-petistas voltam a se unir para competir contra o ex-partido nas eleições deste ano – mas, diferentemente de Eduardo Jorge, Marina foi senadora. Em 2014, o agora candidato a vice de Marina já tentou, como cabeça de chapa, chegar ao Palácio do Planalto pelo PV. E, como a ex-ministra, apoiou Aécio Neves (PSDB) no segundo turno.
À luz da legislação eleitoral, Marina Silva ainda é pré-candidata à Presidência da República, mas tal status será alterado com a convenção nacional da Rede, a ser realizada neste sábado (4) em Brasília. É a terceira vez que ela tenta ser eleita presidente, e em ambas as eleições anteriores (2010 e 2014) recebeu cerca de 20 milhões de votos.
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Constituinte
Eduardo Jorge era o líder da bancada do PT na Câmara, em 1992, quando o ex-presidente Fernando Collor sofreu o processo de impeachment e a legenda era oposição. Um dos fundadores do PT, ele também estava entre os parlamentares constituintes que, nos anos 1980, ajudaram a elaborar a atual Constituição de 1988.
Anos depois, exerceu as funções de secretário municipal de Saúde de São Paulo, nas gestões petistas de Luiza Erundina (1989-1990) e Marta Suplicy (2001-2002). Após trocar o PT pelo PV, foi secretário municipal de Meio Ambiente do tucano José Serra (2005-2006) e de Gilberto Kassab (2006-2012), ex-DEM, hoje no PSD.
Em entrevista exclusiva concedida ao Congresso em Foco às vésperas da eleição de 2014, o soteropolitano de 69 anos e pai de seis filhos enchia o peito ao dizer que não evita três dos temas que, àquela época, mais causavam danos aos principais concorrentes: aborto, legalização de drogas e casamento gay. Especialista em planejamento familiar, ele se dizia a favor de tudo isso, desde que com a devida regulamentação e um intenso trabalho de tutela por parte do Estado e das respectivas autoridades competentes.