Anos atrás, era comum nesta época do ano encontrar lojas fechadas com um cartaz ou uma plaquinha na porta com o dizer “fechado para balanço”. Ninguém perdia freguês por essa razão.
Era cultura e era necessidade fechar. Culturalmente, muitos terminavam o balanço em um dia e permaneciam fechados mais três ou quatro. A necessidade de fechar é porque não havia computadores e tecnologia que permitisse o controle de estoque ao longo do ano. Fechava-se então para que todo o estoque fosse contado e também se fazia um balanço financeiro, que influenciava no planejamento do ano seguinte.
Hoje, já não se fecha para balanço, pois ele é feito em tempo real e, caso um comerciante não trabalhe assim, não consegue economicamente sobreviver. Os “balanços” hoje só são feitos pelos meios de comunicação. Cada final de ano o jornal, a rádio, a revista e a TV fazem um balanço dos principais fatos. Geralmente, é um balanço incompleto ou falso. Eu poderia aqui registrar mais do que duas dezenas de fatos, mas ficarei apenas em três.
1. No início de 2013, tinha presença garantida na mídia a notícia de um eminente e duradouro apagão. Mais do que notícias, era mentira, desinformação, manipulação. Afirmavam que teríamos apagões. Houve até uma renomada jornalista que chegou a relatar reunião, que não existiu, no Ministério das Minas e Energia. Eram e são as viúvas de FHC torcendo para que o Brasil não dê certo.
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Bom lembrar que, no penúltimo ano de governo FHC, 2001, a população brasileira viveu um enorme apagão e teve que mudar seus hábitos de consumo de energia elétrica, como cortar ‘voluntariamente’ 20% do consumo. Caso contrário, pagaria uma “multa” e poderia ter a energia cortada. A razão desse apagão e o do ano seguinte, 2002, foi por falta de planejamento no setor e, com a privatização, ausência de investimentos em geração e distribuição de energia.
2. Outra manipulação foi em torno da inflação. A mídia agiu manipulando, faltando com a verdade e torcendo, por meio de suas especulações, para que a inflação ficasse acima do planejado. A meta planejada para 2013 foi de uma inflação de 4,5% com uma variação entre 2,5% e 6,5%.
O ápice foi o da TV Globo, no mês de abril, com a senhora Ana Maria Braga e o seu ridículo colar de tomates.
A campanha pela alta da inflação e consequente aumento dos juros para favorecer o setor especulativo continua. Na semana passada, saiu a notícia de que os economistas pioraram a projeção da inflação para este ano, e que ela ficará em 5,72%. E, nem sequer entramos no ano novo os especuladores já especulam que a inflação de 2014 será de 5,97%.
Mas se não lembram, no meu balanço, lembro que em 2002 a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 12,53%, ultrapassando todos os limites fixados. A meta era de 3,5%, podendo variar de 1,5% a 5,5%. Ficou em 12,53%.
3. Durante o ano todo foi noticia na mídia manipuladora o aumento do desemprego. Apesar do constante aumento do número de empregos durante 2013, a mídia se comportou de maneira vergonhosa. Mesmo com o índice de desemprego divulgado pelo IBGE no dia 19 de dezembro, de 4,6%, o menor índice da história, ela não dá o braço a torcer.
Seria importante que a grande maioria dos jornais, revistas semanais, rádios e TVs fechassem para um balanço de consciência neste fim de ano. Se fizessem isso, garanto que a maioria não teria moral para reabrir em 2014, ou começaria o ano pedindo desculpas pelas mentiras e manipulações de 2013.
Alerta: 2014 temos eleições. A manipulação e a mentira vão aumentar.
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