CEO da rede, Guilherme Sturm, fez anúncio em evento que reuniu especialistas do Direito, contabilidade e marketing político e grandes lideranças políticas em Brasília e anunciou uma 2ª edição em 2024.
Realizado em Brasília no início de março, o Essent Jus Experience, primeiro evento de inovação política do país, concluiu com a melhor das novidades: em março de 2024 o evento terá uma segunda edição, durante uma semana inteira, para abrir a temporada de preparação para as eleições municipais. Movendo-se para o pleito geral deste ano, o congresso foi realizado em parceria com a Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep) e atraiu centenas de envolvidos com o mundo político para ouvir apresentações e casos de advogados, contadores, marqueteiros, comunicadores, Líderes Políticos e outros experts do mercado eleitoral no país. “Foram três dias muito intensos. Viemos para acolher e, na verdade, fomos acolhidos”, disse o CEO da rede de contabilidade Essent Jus, Guilherme Sturm.
Sturm, de 34 anos, anunciou o incremento de um verdadeiro ecossistema de ferramentas, disponível para um trabalho de alta especialização, visando garantir consultoria e a prestação de contas à partidos e candidatos que neste ano terão R$ 4,9 bilhões do fundo eleitoral à disposição para gastar no pleito. Que ninguém pense que é coisa simples – já que faltam regras claras e bem direcionadas. O jogo de cintura e necessidade de expertise ficaram claros nos cerca de 50 painéis temáticos, apresentados por mais de 100 painelistas renomados, que prenderam a atenção, de forma virtual e presencial, no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), em Brasília.
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“Aprendemos muito desde a eleição passada”, afirmou. Ele anunciou inovações tecnológicas, como um novo aplicativo, preparando-se para repetir o atendimento a um grande contingente de candidatos e partidos nas eleições deste ano, “a maior que já fizemos”.
Automação e Profissionalização
Além de aplicativos otimizados às reais necessidades dos clientes, “para diminuir as batidas de cabeça” durante suas campanhas, bem como eliminar processos manuais, o CEO da Essent Jus anunciou uma série de automatizações de procedimentos. “Também melhoramos os processos de retaguarda, porque também queremos uma garantia ainda maior de contas aprovadas ao final do processo. Não precisamos apenas trabalhar duro, precisamos é trabalhar com cada vez mais inteligência”, informou. Serão adotados sistemas que poderão melhorar a prestação de contas das cotas partidárias de gênero e raça, por exemplo, com a qual os partidos ainda se enrolam, “com o objetivo de salvaguardar os partidos para não terem as contas rejeitadas”.
“O mercado eleitoral é rodeado de preconceitos, folclore, muitas vezes considerado um patinho feio. Mas não existe democracia sem partido organizado, o nosso papel como operadores de prestação de contas é trazer cada vez mais segurança e transparência a esse processo para os clientes, a Justiça Eleitoral e para o eleitor”, explicou.
“Tem muita gente séria trabalhando neste mercado, diferenciado da contabilidade tradicional. Além disso, a nossa rede transcendeu para além de apenas pegar os documentos e lançar numa prestação de contas. Somos uma estrutura de apoio aos grandes contratantes deste mercado, onde cada candidato, todos são prioridade, temos estrutura para isso. E, sendo um mercado em que circula milhões, é preciso que os operadores sejam qualificados”, insistiu Sturm. Segundo ele, em um universo de cerca de 500 mil contadores, menos 5% já tiveram alguma experiência com contabilidade eleitoral. O evento de Brasília convocou novos players para o setor, e inclusive, lançou a primeira pós-graduação em organização financeira de campanhas, fruto de uma parceria entre Rede Essent Jus e Uniopet do Paraná, sob a Coordenação da Dra. Denise G. Schlickmann, doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e servidora do TRE de Santa Catarina, tendo como público alvo contadores, advogados e assessores de campanhas.
Em sua participação, a professora Rita Gonçalves, especialista em prestação de contas eleitorais, disse ser grande o risco de inelegibilidade de candidatos, por despreparo de quem presta contas à Justiça Eleitoral. “A principal consequência negativa é que a prestação errada e a falta de comprovação dos gastos podem fazer com que o candidato fique inelegível, às vezes nem se diploma”, disse, alertando ainda que diligências da Justiça Eleitoral podem ocorrer até cinco anos depois.
Para o especialista em contabilidade eleitoral e membro da Comissão Nacional de Contabilidade Eleitoral do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Elson Amorim, é sempre “angustiante” a prestação de contas de despesas eleitorais. “Não importa o tempo que passe, sempre trabalhamos com a certeza de que haverá problemas na prestação de contas”, afirmou, em referência ao despreparo, também, nos diretórios e campanhas.
Urgente normatização
Em painel que reuniu tesoureiros nacionais de partidos políticos e contadores de direções nacionais de partidos, o foco foi a necessidade urgente de regras claras para a contabilidade eleitoral. “Temos vários TREs (Tribunais Regionais Eleitorais), cada um interpretando à sua maneira. Uma hora pode e outra não pode, e isso prejudica demais nosso trabalho”, afirmou o deputado Ricardo Barros, tesoureiro do PP.
Teresa Castro, contadora do Diretório Nacional do PDT, seguiu na mesma linha crítica, informando que, atualmente, os contadores eleitoralistas devem seguir regra do Conselho Federal de Contabilidade destinada ao Terceiro Setor. “Na vivência do dia a dia, temos que ter um jogo de cintura muito complicado”, afirmou ela. “Somos reféns das diligências técnicas, por falta de uma norma clara”, disse Sidney Vieira, contador do Diretório Nacional do Republicanos. “Precisamos de uma regra clara e simples”, afirmou Elson Amorim. “Nosso trabalho não se encerra com a eleição”, completou Diego Marques, do Solidariedade. “Sem o contador, a Justiça Eleitoral fica com a perna quebrada”, afirmou Dalton Barbosa, do Pros.
Contato pessoal
Comunicadores, jornalistas e profissionais de marketing debateram o papel da Comunicação na eleição, chegando a conclusões como a comunicação continua sendo o fio condutor de tudo numa campanha eleitoral. E não se pode relegar o contato pessoal com o eleitor, que se mantém como a forma mais importante de garantia de voto, segundo o jornalista Marcos Martinelli.
As redes sociais e o peso que deverão ter nas eleições 2022 foi outro tema dos debates. Para montar uma boa marca, melhor que o candidato afine o discurso, escolha uma bandeira e mantenha coerência, alertam os especialistas. “Não se constrói mais um candidato do zero. É preciso que tenha história”, afirmou Paulo Viana, marqueteiro do governador paulista João Dória. Já Nerea Ramirez, cientista política, recomenda o uso de influenciadores nas próximas campanhas. Contanto que não sejam pagos, porque o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proíbe.
Outro tema que marcou os debates dos especialistas foram as fake news, que seguem sem uma lei específica para combatê-las. Membros da Abradep organizaram mesas de debate para colher sugestões sobre como enfrentar o problema e devem leva-las ao TSE. “A questão de quem financia fake news é o mais importante daqui para a frente”, disse o ex-ministro do TSE, Henrique Neves. Karina Kufa, advogada do presidente Jair Bolsonaro, espera um avanço da Justiça Eleitoral em termos tecnológicos para ajudar no combate a fake news: “Há um atraso. Se a Justiça não entender o que é tecnologia, a gente não consegue sair de onde está, fica totalmente inviável”.
Para saber mais sobre a Essent Jus, acesse o site da empresa.
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