O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou em depoimento prestado à Polícia Federal (PF), nesta quarta-feira (26), que compartilhou sem querer o vídeo que questionava o sistema eleitoral, publicado por ele logo dois dias após os atos golpistas de 8 de janeiro. O depoimento foi determinado pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, que atendeu um pedido apresentado pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Segundo a defesa de Bolsonaro, o ex-presidente estava apenas tentando salvar o vídeo quando, sem querer, o postou, por engano. A publicação gerou suspeitas sobre o envolvimento do ex-chefe de Estado nos atos golpistas, motivo pelo qual foi determinado à PF que o interrogasse. Ainda segundo a defesa, o ex-presidente tinha acabado de receber alta hospitalar após ser internado para tratar uma obstrução intestinal, e havia sido medicado com morfina no dia da postagem.
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“Essa postagem foi feita de forma equivocada, tanto que, pouco tempo depois, duas ou três horas depois, ele foi advertido e imediatamente retirou essa postagem. Observo, inclusive, que essa postagem foi feita na sua rede social de menor importância”, disse o advogado de Bolsonaro, Paulo Cunha Bueno, em coletiva após o depoimento.
A publicação ficou no ar por cerca de duas horas e foi apagada em seguida. O questionamento sobre as eleições foi a principal pauta do movimento que organizou os atos golpistas, cujos participantes já se organizavam desde o momento do anúncio do resultado do segundo turno. Na avaliação dos investigadores, a publicação compartilhada três dias após os atos golpistas ligaria o ex-presidente aos atos do dia 8 de janeiro. O post seria um sinal de que Bolsonaro poderia ter estimulado a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes.
De acordo com Cunha Bueno, Bolsonaro tratou as eleições como “página virada” ao sair de férias. “Em momento algum você vai encontrar alguma declaração dele declinando que a eleição foi fraudada. Em momento algum isso foi falado”, disse o advogado
O ex-chefe da Secretaria de Comunicação Social da gestão Bolsonaro, Fabio Wajngarten, também participou da coletiva após o depoimento e, ao ser questionado se o post poderia ter sido feito pelo vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do ex-presidente que costumava gerenciar as redes sociais dele, Wajngarten negou a possibilidade.
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