Agora é oficial. Começou a campanha eleitoral e, em menos de dois meses, o brasileiro escolherá seus novos representantes estaduais e federais, no Legislativo e no Executivo.
São mais de 27 mil candidatos que vão disputar as vagas para oito cargos eletivos. Sabe-se que há uma insatisfação generalizada em relação às eleições e ao sistema político vigente, que se materializa nos percentuais de intenção de voto nulo ou em branco nas pesquisas – em muitas delas, esse contingente figura na primeira colocação.
Mas é preciso ter cuidado com a radicalização num momento tão crucial para o país como esse. As decisões de cada um de nós irão impactar a todos, nossas famílias, amigos, empresas. E, ao contrário do que possa parecer, a participação de todos é fundamental para ajudar na solução da profunda crise política que se abateu sobre o Brasil.
Não devemos e não podemos nos abster de fazer parte desse processo, de forma consciente e responsável, sob pena de permitir, por meio do fora de moda “lavo minhas mãos”, que a má política permaneça no poder, corroendo os recursos e, consequentemente, enferrujando nosso futuro.
Com o início da campanha, os candidatos já definidos nas convenções partidárias podem pedir o seu voto e tentar convencê-lo de que ele é melhor do que seu concorrente para ocupar um dos cargos eletivos. O maior desafio para todos os postulantes a qualquer um desses cargos será justamente o alto percentual de indecisos.
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O resultado das pesquisas eleitorais já divulgadas revela que a soma dos votos brancos e nulos, abstenções e eleitores indecisos supera os 30%, taxa superior à do candidato melhor colocado. Isso aumenta as chances de reviravoltas na reta final da campanha, o que torna este pleito um dos mais imprevisíveis da história recente brasileira.
A principal mudança neste ano diz respeito ao financiamento de campanhas – vale lembrar, motivo central da maioria das denúncias, processos, prisões, operações, condenações de políticos, doleiros, operadores, marqueteiros e assessores que temos acompanhado nos últimos anos.
Esta será a primeira disputa estadual e federal sem o dinheiro de empresas. O fundo eleitoral, criado para suprir este vácuo causado pela ausência de aportes financeiros por pessoas jurídicas, será responsável pelo abastecimento das campanhas. Ele se soma ao fundo partidário, que já foi utilizado na campanha municipal de 2016.
Outra possibilidade aberta para suprir esse vácuo, aprovada na minirreforma eleitoral de 2017, é o financiamento coletivo, a chamada “vaquinha eleitoral” ou crowdfunding, como já mencionamos neste espaço.
Comum nas campanhas eleitorais americanas, o sistema tem potencial para renovar a política ao permitir maior engajamento dos eleitores na campanha. Além de influenciar no resultado do pleito, pode contribuir para o amadurecimento da experiência democrática brasileira.
Em um momento onde o individual vem lamentavelmente falando mais alto que o coletivo, as vaquinhas eleitorais fortalecem uma noção de participação política que extrapola o direito individual ao voto e ganha uma dimensão coletiva de organização dos cidadãos em torno de interesses comuns e em prol de um projeto político.
O teto de gastos para as campanhas é outra novidade do sistema eleitoral. Para o presidente da República, o máximo de investimento é de R$ 70 milhões, mais R$ 35 milhões para o segundo turno – antes não havia limite de gastos para presidente. Já para deputado federal, o limite é de R$ 2,5 milhões, e para deputado estadual ou distrital, R$ 1 milhão. Os limites para candidatos a governador e senador variam de acordo com o tamanho do colégio eleitoral de cada estado.
As campanhas na internet já fazem parte do processo eleitoral, mas prometem ter uma presença marcante neste pleito. Assim como a campanha na rua, está permitida a partir do último dia 16 de agosto a veiculação de conteúdos nos sites dos candidatos, por e-mail, blogs, redes sociais e aplicativos de mensagens instantâneas.
A grande novidade deste ano é que as campanhas eleitorais poderão impulsionar propagandas nas redes sociais, além de comprar palavras-chaves para conseguir destaque nas páginas de buscadores.
A internet faz parte da vida dos brasileiros e os números comprovam isso: são 240 milhões de linhas de internet móvel, 102 milhões de usuários de Facebook, 100 milhões de usuários no WhatsApp, 35 milhões no Instagram e 33 milhões no Twitter.
Com esse poder de penetração, a rede mundial de computadores se torna uma ferramenta imprescindível na hora de conquistar o eleitor.
Mas assim como é um instrumento que pode ajudar a angariar votos, a internet pode também destruir imagens e reputações, com as chamadas fake news. A penetração de notícias falsas é tão potente que a Polícia Federal criou um grupo específico, em conjunto com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para combater as fake news e seus impactos no pleito eleitoral brasileiro, uma tentativa de evitar o que aconteceu na última eleição presidencial dos Estados Unidos.
As cartas estão dadas. Os candidatos estão fazendo seu papel para conquistar o seu voto, mas todos fazemos parte desse processo. A participação de cada um é fundamental. Temos responsabilidade com o país e com o futuro que queremos para nós.
Vamos fazer a nossa parte, gastar um pouco do nosso tempo para avaliar os candidatos, cargo por cargo, e fazer uma escolha consciente, da qual não nos arrependamos mais à frente. O Brasil precisa de todos nós!
Eu não conheço os critérios de pesquisas. No entanto, acho um absurdo colocarem o nome de um cidadão condenado a mais de 12 anos, e preso, cumprido pena. Imagino que desta forma, um condenado com também Marcola, Cabeça Branca (traficante preso) e tantos outros, também possam registrarem-se como candidatos a cargos políticos, já que todos são iguais perante a LEI. Colocando o nome do LULA como candidato, está-se cometendo um “desserviço” a sociedade. Todos sabem ser ele inelegível. Assim essas pesquisas deveriam, no mínimo, serem impedidas de colocarem nomes com candidaturas SUSPEITAS.