2022 começou e com ele a certeza de que o país irá testemunhar o maior embate e debate político de todos os tempos.
E é claro! Há o temor de repetirmos a tragédia de 2018, onde milhões de brasileiros motivados pela perversa “nova política”, lotaram as casas legislativas de todo o país com o que há de pior em nossa sociedade. Em grande parte, defensores ferrenhos de coisas indefensáveis como excludente de ilicitude, tortura, milícias e outros absurdos.
Para entendermos os esboços do que pode estar por vir, precisamos entender que Jair Bolsonaro não ganhou, exclusivamente, por conta do antipetismo e das redes sociais.
Isso é um reducionismo absurdo de um contexto muito mais complexo. É evitar falar sobre a crise de representatividade capitaneada pela antipolítica.
Precisamos melhorar o nosso sistema, a começar pelas quarentenas eleitorais para juízes, membros do Ministério Público, agentes de segurança pública e militares. Também precisamos trabalhar de maneira urgente para a redução de partidos políticos.
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Partidos com agenda, programa e, é claro, com coesão ideológica e compromisso democrático (seja à direita ou à esquerda) devem ser fortalecidos.
Além de inúmeras outras reformas políticas e eleitorais que fortaleçam a participação da sociedade civil através de conselhos consultivos, plebiscitos etc. Ao contrário do que a “nova política” prega, não são as soluções simples (e erradas) que resolvem problemas complexos.
Não foi Bolsonaro que inventou, ou “importou”, a nova política ao Brasil, tampouco será o último.
Mas e outubro?
Vivemos uma crise de representatividade que começou ainda em 2014 e que foi desencadeada pelas manifestações do ano anterior, que se asseverou em 2018 e permanece até hoje.
Infelizmente precisou que uma pandemia e mais de meio milhão de mortos, mostrassem que apenas políticos podem fazer uma boa gestão do Estado.
Todos da “nova política” – não só no Brasil, mas no mundo – fizeram conduções horrorosas no que diz respeito ao controle da crise sanitária em seus países. Pregaram curandeirismo, colocaram o movimento antivacinação no centro dos debates sociais, agitaram falsas controvérsias e induziram milhões de pessoas ao erro (quase sempre mortais).
A pandemia ainda mostrou a importância do Estado e das instituições, foram eles o alambrado entre a vida e o mais completo descalabro.
No Brasil, foi assim que muitos entenderam a importância da tripartição dos poderes, das prefeituras, dos governos estaduais, deputados, senadores e instituições.
Basta ver como o SUS, que era alvo de piadas comentários jocosos, no centro de uma escaramuça que visava a sua privatização e agora é defendido por todos.
Fake News
Quando falo que Bolsonaro foi eleito mais pelo negacionismo político do que outra coisa, temos números que reforçam isso:
Uma pesquisa do Poder Data de outubro do ano passo mostrou que a televisão continua sendo o principal meio de informação dia brasileiros com 40%. Já as redes sociais ficaram com 22%, em segundo lugar.
Resultado que foi avalizado posteriormente pela pesquisa Quaest/Genial, publicada dia 9 de dezembro, e que também mostrou que apenas 22% dos brasileiros se informam através das redes sociais e mais de 70% dos entrevistados não duvidam que as notícias sobre o aumento da pobreza sejam verdadeiras.
Ou seja, embora seja um fator importante, a difusão de notícias falsas não é um elemento definidor
MBL, Bolsonaro, Moro e lava jato
No Brasil, os nomes acima, representam muito bem o que é a antipolítica e quão prejudicial ela é para o Brasil.
Notem que até Bolsonaro depois de um certo ponto, decidiu fazer um pouco de política ao se aliar ao centrão.
No caso do Movimento Brasil Livre, não é muito difícil ver os seus membros envolvidos em declarações, no mínimo, delinquentes, que seus líderes Renan Santos, Kim Kataguiri ou Arthur do Val (Mamãe Falei) já soltaram na imprensa. Que vão desde o estupro até o nazismo.
Ou quando Arthur do Val chamou manifestantes para a pancada dentro da ALESP!
Vale ressaltar que as recentes declarações de Arthur, fazem parte de um longo histórico de acusações contra o grupo, declarações delinquentes e escaramuças contra a política. É a cereja de um bolo mofado a muito tempo.
Quando não beiram a delinquência, vão ao outro extremo da balança com estultices como quando Moro afirmou que são as instituições que fazem a Inglaterra crescer e a Somália não.
Ou então atentam contra a segurança nacional e a estabilidade de milhões de brasileiros. Que foi o caso da lava jato que montou toda uma estrutura de perseguição e repressão da política para impor o seu próprio projeto de poder, colocando na fogueira a Constituição Federal, o Estado Democrático de Direito e o devido processo legal (notem que neste caso, insatisfeitas em prenderem o Lula, tentaram depois golpear Jair Bolsonaro).
A falta de decoro e respeito instituições é uma assinatura desse movimento que não se nega a desmontar o Estado brasileiro e a economia às custas da marginalização de milhares de cidadãos.
Um risco para o mundo
Antes de começar esse trecho do artigo, vale um aviso para os delinquentes que buscam infantilizar o debate político no Brasil:
Não! Este colunista não compactua com a injusta invasão da Rússia contra a Ucrânia, não, este colunista não defende Vladmir Putin e torce para que ele seja punido não só pelo que está fazendo agora, mas também por perseguir a população LGBTQIA+ e seus críticos.
Dito isto, vamos ao que importa!
Além do Brasil e EUA, outro país que foi severamente castigado pela antipolítica foi justamente a Ucrânia que está no centro das discussões do momento.
Quando, em 2014, manifestações capitaneadas por nacionalistas ucranianos, devotos de Stepan Bandera (colaborador do regime nazista), derrubaram o presidente Viktor Yanukovych – alinhado com a Rússia -, o país entrou em uma espiral de instabilidades. Assim como o Brasil que um ano antes havia vivido as jornadas de junho.
O primeiro dessa leva foi Petro Poroshenko, responsável direto por institucionalizar o neonazismo no país ao incorporar o Batalhão Azov (milícia neonazista) ao exército regular do país, depois criminalizou o comunismo sem qualquer sanção ao nazismo e por colocar o partido extremista Svoboda na composição do seu governo.
Petro, se elegeu usando a figura de milionário, administrador e que não era oriundo da política e que estaria “contra tudo isso que está aí”.
E como sempre, sem planos, projetos ou propostas para o país e seus cidadãos. Algo que é característico desse movimento. A total ausência de uma agenda propositiva aos países.
Fustigado por uma série de denúncias de corrupção, acabou abrindo caminho para o comediante Volodymyr Zelensky, com exceção do perfil do dinheiro, elegeu-se com o mesmo discurso antipolítica e instituições.
Mesmo sendo judeu, isso não o impediu que em dezembro de 2021, ele concedesse o título de Herói da Ucrânia a Dmytro Kotsyubaylo, líder do grupo Pravy Sketor, um grupo de extrema-direita (que mantém o grupo terrorista Duk-PS) que se envolveu no massacre de Odessa (onde 40 pessoas foram queimadas vidas em 2014).
Durante o conflito Zelensky obrigou homens a partir dos 18 anos a lutarem no conflito, libertou criminosos com treinamento militar (mercenários, neonazistas e terroristas) e estimulou o uso de crianças-soldado e civis despreparados em combate.
É um irresponsável de marca maior.
E o que é que Zelensky faz durante o conflito? Nenhuma de suas atitudes envolve o fim do conflito através das negociações, mas sim em seguidas provocações não só ao autocrata Putin, mas também ao ocidente.
Seguido de diversos pedidos por mais armas (que vão parar diretamente nas mãos das milicias ucranianas).
Putin não quer vencer pela diplomacia, tampouco pelas sanções que estão imponto para a Rússia. Zelensky quer ver a 3ª mundial começar no seu território, vitimando ainda mais cidadão do seu país.
Basta reparar que as declarações mais mordazes do presidente da Ucrânia são na véspera ou no dia de negociações com a Rússia.
A coisa é tão absurda que o negociador ucraniano, Denis Kireiev, que estava nas primeiras rodadas de negociação com a Rússia, foi assassinado. O deputado ucraniano Alexander Dubinski diz que ele foi acusado de traição.
A Ucrânia não só não explica a morte do sujeito, como acusa a Rússia de ter matado ele. É o bastião da democracia ocidental contra a Rússia.
Putin não é nenhum democrata virtuoso, porém, do outro lado, temos um político despreparado eleito na onda do antipolítica que já está matando muita gente. E que ainda pode mergulhar o mundo em uma 3ª guerra mundial e nuclear!
Vejam só como um voto errada ou um voto de protesto no primeiro palhaço de plantão nas urnas podem trazer graves consequências!
De volta ao Brasil: armadilhas
O eleitorado brasileiro precisa tomar cuidado com candidatos que ofereçam soluções simples para problemas complexos, que defendam uma renovação sem dizer qual a finalidade disso e tampouco seus objetivos.
Precisamos tomar cuidado servidores públicos que usem seus cargos, patentes e titulações profissionais como trampolim político (juízes, policiais, membros do Ministério Público, militares etc).
Não adianta fazer como a lava jato fez e paulatinamente atacar e acusar a política de ser um antro de corruptos. A quadrilha de Curitiba nunca se importou com a saúde de nosso sistema político. Precisamos parar de dizer que negociar com o Congresso é sinônimo de corrupção,
Quer um exemplo disso? Enquanto cargos no poder executivo eram tomados aos montes por militares da reserva e até mesmo da ativa, pouco se falava sobre aparelhamento do Estado por Jair Bolsonaro.
Bastou a chegada dos políticos do centrão para ocuparem cargos políticos e instaurou-se uma gritaria sobre aparelhamento.
Desconfie de qualquer político que fale em “ressignificar a política”, “refundar a República”, ou que é “contra tudo isso que está aí”. Eles não têm compromisso algum com o Estado brasileiro e só querem desfazer, desmontar, sem saber para onde isso vai nos levar.
Rodrigo Maia definiu bem o que é a “nova política” … “Não fazer nada (acrescento: ‘ou atacar instituições’) e ficar esperando aplauso pelas redes”.
O Brasil não aguentará mais 4 anos de aventureiros no executivo e no legislativo e que não possuem objetivo algum para o país.
Conclamo você, eleitor brasileiro para que nessas eleições, possamos destruir (nas urnas) a antipolítica do MBL e associados, antes que essa gente termine de destruir o Brasil.
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