O PSOL definiu, neste final de semana, que não irá apresentar, por ora, uma candidatura própria para as eleições de 2022. O que pode ser sinalizado como um aceno à unidade dos partidos de esquerda não irá impedir que o deputado Glauber Braga (RJ), principal pré-candidato do partido à presidência, continue trabalhando em prol de seu nome.
Ao Congresso em Foco Insider, o deputado indicou que trabalhará nos próximos seis meses, até a convenção eleitoral do partido, para convencer uma fatia de delegados que ainda considera não ser o momento de apresentar o candidato do partido. “44% dos delegados já votaram a favor de uma pré-candidatura, e os outros 56% definiram que esta questão deve ser deliberada de maneira definitiva só no ano que vem na conferência eleitoral do partido que acontece provavelmente no mês de abril”, argumentou o deputado.
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“Até lá eu vou dialogar com as outras forças políticas e procurar apresentar nossos argumentos, aprofundá-los, mostrar e fortalecer nosso programa para ter os seis por cento de votos necessários para confirmar a candidatura própria do PSOL à presidência da República”, continuou o deputado, que está em seu terceiro mandato como parlamentar e que possui um relacionamento com a também deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP).
O deputado indicou que a maior parte destes 44% correspondem à “militância” do PSOL, que é a favor do trabalho de base em prol de uma pré-candidatura. Glauber indicou que, apesar deste trabalho de convencimento interno, o foco do grupo também ficará mantido em uma pressão contra o presidente Jair Bolsonaro e sua bancada de apoio no Congresso Nacional.
O PSOL, nascido de uma dissidência do PT no primeiro mandato de Lula, apresentou candidaturas próprias em todas as eleições presidenciais desde então: Heloísa Helena (2006), Plínio de Arruda Sampaio (2010), Luciana Genro (2014) e Guilherme Boulos (2018) defenderam agenda própria no primeiro turno.
E se o partido opte, no ano que vem, por não ter candidatura própria -apoiando, como defende a resolução aprovada no congresso nacional da legenda, uma união contra a extrema-direita: o que faria o deputado? Segundo ele, aceitaria sem o menor problema. “Eu sou um militante disciplinado, e vou seguir aquilo que for a determinação adotada pelo partido em suas instâncias. Até lá vou trabalhar para dialogar, convencer, discutir de maneira profunda com o conjunto da militância o fortalecimento do programa”, argumentou. “Mas quem vai decidir – ou quem eu espero que vá decidir – é o conjunto da militância do PSOL.”
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