O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central optou por aumentar a taxa Selic em 0,25 ponto percentual na reunião desta quarta-feira (18), chegando assim ao total de 10,75%. A decisão já era esperada em parte por agentes econômicos, e foi justificada pela autoridade monetária diante de um “ambiente externo desafiador”. A decisão foi tomada no mesmo dia em que o Federal Reserve, banco central estadunidense, reduziu sua própria taxa de juros em 0,5 ponto percentual após quatro anos de alta.
“Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho. O Comitê avalia que o cenário externo, também marcado por menor sincronia nos ciclos de política monetária entre os países, segue exigindo cautela por parte de países emergentes”, afirmou, em nota, o Copom.
Na economia interna, o colegiado reconheceu que “o conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho tem apresentado dinamismo maior do que o esperado, o que levou a uma reavaliação do hiato para o campo positivo”. Por outro lado, a inflação permanece acima da meta, também corroborando por este que é primeiro aumento de juros no atual mandato do presidente Lula.
O aumento da Selic contou com apoio unânime entre os membros do Copom, incluindo Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Lula para assumir a presidência do Banco Central. Esta é a última reunião do Copom antes de sua sabatina no Senado, prevista para acontecer no dia 8 de outubro.
A taxa Selic serve como referência para a cobrança de juros por parte de todas as instituições financeiras do país para empréstimos, financiamentos e outras operações. Seu aumento é o principal instrumento do Banco Central para reduzir a inflação nos momentos de excesso de circulação de moeda. Por outro lado, ela dificulta o acesso de micro e pequenos empresários ao crédito, podendo comprometer também o crescimento da economia.
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