Desde o dia 16 de agosto, quando começou oficialmente a campanha eleitoral, a Polícia Federal já abriu 660 inquéritos para investigar crimes eleitorais. Na média, 14 inquéritos foram abertos por dia. As acusações mais comuns se referem ao crime de caixa dois, objeto de 155 apurações. O caixa dois é caracterizado pela movimentação não declarada à Justiça eleitoral de recursos financeiros. Em segundo lugar, aparecem as investigações por compra de voto (126) e por tentativa de inscrição eleitoral fraudulenta (84). Além disso, a PF apura 76 casos de apropriação de recursos destinados ao financiamento eleitoral e 70 de difamação eleitoral.
O Rio de Janeiro é o estado onde a PF abriu mais investigações por crimes eleitorais. Dos 129 casos instaurados no estado, 57 são de apropriação de recursos para financiamento eleitoral. O Rio de Janeiro é seguido pelo Paraná (91), por São Paulo (65), pelo Ceará (47), pelo Rio Grande do Sul (26), pelo Distrito Federal (25), mesmo sem ter eleição municipal, e por Goiás (25). Até o momento, 42 pessoas foram detidas. Os dados parciais constam do painel de Eleições da Polícia Federal.
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Nesta quinta-feira, a PF iniciou uma operação em Parintins, Amazonas, com o objetivo de desarticular uma associação entre integrantes de facções criminosas e agentes públicos suspeitos de crimes eleitorais em apoio a uma candidatura local. As investigações indicam que policiais militares estariam colaborando com o grupo para favorecer uma chapa na disputa pela prefeitura.
Também nesta quinta foi deflagrada a Operação Nômade Eleitoral, com o objetivo de desmantelar uma organização criminosa dedicada a cooptar pessoas para alistamento eleitoral ou mudança de domicílio eleitoral do município de Santa Cruz para Itaguaí, na região metropolitana do Rio de Janeiro.
Ainda nesta manhã, a PF desencadeou uma operação em Sergipe contra um grupo acusado de operar um esquema de compra de votos. Foram apreendidas listas com nomes de eleitores, o que sugere, conforme os investigadores, a estruturação do esquema.
A semana tem sido agitada. Nessa quarta, o candidato a prefeito de Coari, no Amazonas, Dr. Raione Cabral (Mobiliza), foi preso em flagrante após promover uma “chuva de dinheiro” em uma praça pública. A ação integra a Operação Eleições 2024, destinada a combater crimes eleitorais. De acordo com a PF, o candidato foi encaminhado para prestar depoimento e enfrentará acusações de corrupção eleitoral e caixa dois, com penas que podem chegar a nove anos de reclusão, além de multas. O advogado de defesa de Dr. Raione Cabral afirmou, em vídeo nas redes sociais, que não houve crime e que buscará a liberdade do candidato.
No último sábado, uma operação da PF contra o aliciamento violento de eleitores e a organização criminosa nas eleições municipais levou à prisão a primeira-dama de João Pessoa, Lauremília Lucena. Ela e sua secretária particular, Tereza Cristina Barbosa Albuquerque, foram soltas na terça-feira (1) após a conversão da prisão em medidas cautelares. Lauremília é casada com o prefeito Cícero Lucena (PP), que lidera a disputa à reeleição.
Na sexta-feira, em Maceió, a Polícia Federal apreendeu R$ 500 mil dentro de uma mochila pertencente a um homem que havia acabado de sacar a quantia, levantando suspeitas de que o dinheiro seria destinado à compra de votos. Em outra operação em Alagoas, a polícia interceptou um veículo que transportava R$ 300 mil em espécie, supostamente para a campanha de um candidato a prefeito.
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