Um dia após as instituições financeiras privadas, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil (BB) anunciaram nesta sexta-feira (17) a suspensão do crédito consignado para aposentados e pensionistas do INSS. A decisão decorre da redução dos juros da linha de crédito para 1,70% ao mês, determinada pelo Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), presidido pelo ministro da Previdência, Carlos Lupi. Atualmente a Caixa cobra 1,80% ao mês no consignado para beneficiários do INSS, e o BB, 1,84%.
Tanto os bancos privados quanto os públicos alegam que deixariam de ter rentabilidade com o novo teto. Em nota, o BB informou que “realiza estudos de viabilidade técnica sobre as novas condições de operações de crédito aprovadas sobre o consignado no convênio com o INSS”. Já a Caixa afirmou que “suspendeu a oferta do crédito consignado para beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para avaliação”.
O assunto deverá ser discutido entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente Lula na próxima semana. A redução no teto dos juros, de 2,14% para 1,70%, foi articulada pelo ministro da Previdência, sem aval da Fazenda, do Planejamento e da Casa Civil.
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Para Lupi, os bancos estão querendo tirar vantagem dos aposentados. “Os bancos estão se prevalecendo dos aposentados e pensionistas. Eles já lucram acima da média. Não é aceitável isso”, afirmou ao Congresso em Foco o ministro, no começo da noite desta quinta-feira (16).
Lupi afirmou que irá trabalhar junto ao presidente Lula para que haja retorno dos empréstimos para as duas categorias.
Febraban informou sobre consignado do INSS
Por meio de nota, a Febraban afirmou que já havia se manifestado junto ao Ministério da Previdência e ao INSS, afirmando que, neste momento, “considerando os altos custos de captação, eventual redução do teto poderia comprometer ainda mais a oferta de empréstimo consignado e do cartão de crédito consignado”.
“Os novos tetos têm elevado risco de reduzir a oferta do crédito consignado, levando um público, carente de opções de crédito acessível, a produtos que possuem em sua estrutura taxas mais caras (produtos sem garantias), pois uma parte considerável já está negativada”, afirmou a entidade.
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