Com a corrida eleitoral esquentando, os debates em torno das propostas de governo dos candidatos, especialmente dos nomes cogitados para concorrer à presidência da República, não tardarão a ganhar destaque na mídia, monopolizando o cenário político, daqui até outubro. Sendo assim, é o momento de reforçar – para que todos os brasileiros estejam atentos – que qualquer plano de governo que seja sério e responsável deve, obrigatoriamente, ter como diretriz o desenvolvimento sustentável.
E por que, em um país que clama por mais saúde, educação e infraestrutura, é tão importante que os candidatos coloquem a questão da sustentabilidade e do meio ambiente como fundamento de suas plataformas de governo? A resposta é simples e lógica: em uma nação onde mais de 20 milhões de pessoas passam fome e sofrem cada vez mais com os efeitos severos do aquecimento global, aliar desenvolvimento econômico e social, às políticas públicas transversais e observando a preservação do planeta, deve ser prioridade.
Ao eleger Jair Bolsonaro como presidente em 2018, o Brasil simplesmente negligenciou a questão do clima e o seu próprio futuro. Há, por parte do executivo federal, um enorme descaso com o tema e a consequência direta dessa postura está escancarada, por exemplo, no drama vivido pela população, devido às tragédias provocadas pelas chuvas em vários estados. Isso sem falar no fiasco global com a falta de propostas e de uma postura mais contundente por parte das autoridades brasileiras na Conferência do Clima – a COP 26 -, em novembro do ano passado.
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Nas últimas eleições, vivemos um período de negação da política. Com o estrago já feito ao longo dos últimos quatro anos, resta-nos, agora, trabalhar para que, em 2022, o caminho seja diferente. Precisamos, sob pena de afundar ainda mais nosso país, votar melhor e escolher representantes preparados para enfrentar os inúmeros desafios de legislar – de fato e de direito – em favor da população. E o caminho para isso passa, fundamentalmente, pelo maior engajamento dos jovens na política.
Em um esforço altamente positivo, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Edson Fachin, organizou, entre os dias 14 e 18 de março último, a Semana do Jovem Eleitor, com o propósito de incentivar que um número maior de jovens com idade entre 15 e 17 anos tirassem seus títulos de eleitor. Como resultado, mais de 440 mil jovens tiraram o título em março; em fevereiro, foram quase 350 mil. Mesmo assim, o interesse dos menores de 18 anos em votar ainda demonstra ser muito baixo: apesar do aumento significativo no cadastramento registrado nos últimos dois meses, apenas 900 mil jovens entre 15 e 17 anos já têm o título eleitoral – esse universo representa apenas 15% dos mais de seis milhões de brasileiros que, segundo a projeção mais recente do IBGE, hoje se encaixam nessa faixa etária. Como o prazo para tirar o título se encerra em 4 de maio, o esforço de mobilização deve continuar, durante os próximos dias.
No mundo inteiro, incluindo o Brasil, os jovens têm mostrado grande interesse pelas questões climáticas. As mobilizações da juventude, durante a COP 26, deixaram claro que as novas gerações estão preocupadas com o futuro do planeta e querem deixar um legado de sustentabilidade para seus filhos e netos. Devemos aproveitar esse interesse e conscientizar os jovens de que apenas com o voto e o maior engajamento político eles conseguirão se fazer ouvir e representar, trazendo soluções efetivas para manter nosso planeta seguro e respirando.
No meu caso, comecei a minha atuação política aos 17 anos, durante a Rio+20 – Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável – justamente por entender que o nosso destino está em jogo e apenas uma mudança radical na visão de país e nas diretrizes que conduzem o Estado, poderá recuperar o futuro e avançar rumo a uma sociedade mais próspera, justa e sustentável.
O caminho da esperança para esse futuro está nas mãos desta nova geração. Apenas com a força e o discernimento da juventude, poderemos romper os padrões de um desenvolvimento arcaico, que trouxe a nossa civilização para esse momento de ameaça à nossa própria sobrevivência.
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