“O reconhecimento que devemos buscar é da própria consciência.
Todo aplauso externo é ilusório” (Chico Xavier)
Para uma infinidade de pessoas, a chegada de um novo ano funciona como um privilegiado momento de renovação e esperança. Além de celebrar as conquistas experimentadas ao longo do ano quase findo, surge a oportunidade de planejar novos objetivos ou reafirmar aqueles não realizados por completo.
A proximidade do ano novo também é um momento de reflexão e consolidação de aprendizados. A principal demarcação temporal da escola da vida é justamente o ano. O movimento de translação do planeta Terra em torno do Sol, que dura 365 dias (ou 366, nos anos bissextos), define até o tempo de vida (idade) de cada ser humano.
Assim, no ciclo anual da escola da vida são colecionadas inúmeras experiências. Vive-se literalmente de tudo. São momentos de alegria, tristeza, dor, prazer, desafios, vitórias, derrotas, encontros e desencontros. Importa atentar que cada vivência, por menor que seja, é uma lição a ser aprendida.
Por isso, é fundamental aproveitar a chegada de um novo ano para fazer um balanço das lições aprendidas no ano que passou. Quais foram os nossos erros? Quais foram os nossos acertos? A responsabilidade pelas escolhas e condutas, e não a culpa, reclama perdões, reparações e compensações. Elas foram realizadas adequadamente? O que faltou? Quais dessas atitudes ficaram incompletas? O balanço das lições fortalece o aprendizado e as virtudes que balizam os comportamentos futuros.
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Uma adequada reflexão sobre essas questões nos permite identificar áreas e dimensões em que precisamos crescer e evoluir. Assim, será possível definir objetivos e metas viáveis, alinhados com os nossos valores mais importantes.
É comum (e até esperado) que a maioria das pessoas estabeleça o foco do aprimoramento no ter, na reunião de bens e coisas palpáveis e consumíveis. É evidente e desejável que alcancemos um certo padrão de bem-estar e conforto material. O masoquismo não parece uma boa perspectiva de vida.
Ocorre que em uma sociedade excessivamente materialista, pautada por uma organização socioeconômica que transforma praticamente tudo em mercadoria a ser comprada e vendida no mercado, as questões do ser perdem espaço, importância e valor.
O que tem mais valor na vida é justamente o que podemos levar depois de seu fim. Riqueza material e sucesso social e profissional podem e devem ser perseguidos na medida em que propiciam uma vida confortável e digna. Entretanto, nada disso será carregado na bagagem da viagem dessa vida para as outras vidas que se seguem.
Portanto, é preciso investir um bom tempo no final do ano para planejar, com cuidado, o inestimável e insuperável crescimento espiritual, também chamado de progresso ou evolução pessoal. Esse, e não outro, é o verdadeiro sentido da vida. Não é se ocupar, majoritariamente, em ter hoje mais do que se tinha ontem. É buscar, gastando a maior parte da energia e do tempo, ser hoje melhor do que se foi ontem.
O aludido planejamento para o ano novo significa que devemos buscar oportunidades de desenvolver as melhores virtudes humanas, representadas pela fraternidade, solidariedade, compaixão, tolerância, humildade e o amor ao próximo. Esses momentos não são meras abstrações ou palavras vazias. Eles devem ser compromissos agendáveis com dia, hora e lugar.
No passado recente, o sucesso ou bem-estar considerava basicamente o cargo ocupado e a remuneração percebida. Atualmente, o que demonstra uma evolução considerável, são inúmeros os aspectos a serem ponderados, notadamente: a) tempo livre; b) renda; c) atuação social; d) gostar do que se faz; e) saúde física; f) saúde mental-emocional e g) saúde espiritual. Aqueles compromissos agendáveis referidos anteriormente devem observar todas essas dimensões da vida.
Não devem ser esquecidos os momentos voltados para cultivar o autoconhecimento. A superação de defeitos e limitações exige um permanente processo de autoavaliação, envolvendo a consolidação de aprendizados e a correções de rumos.
Existe uma passagem particularmente relevante nas “Cartas de Cristo”. No sétimo escrito, consta: “Uma entidade infeliz definha e morre. Uma entidade feliz floresce. Isso é um fato básico da existência. Em última análise, cada entidade viva se alimenta de seu próprio estado interior de contentamento ou frustração”. Em vários pontos, esses instigantes escritos destacam a importância da meditação e da oração (formas de pensamento positivo), focadas em soluções, não em problemas, para o avanço do progresso pessoal no plano espiritual. Em outras palavras, a qualidade dos pensamentos e emoções definem, em grande medida, a qualidade da vida de alguém.
O ano novo virá com os seus inexoráveis aprendizados. Eles podem ser maximizados se forem devidamente consideradas as lições pretéritas e adequadamente planejadas, no limite do possível, as vivências futuras.
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