O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, concedeu 73 “perdões presidenciais” e 70 conversões de pena no início da madrugada desta quarta-feira (20), em seu último dia de mandato. O principal nome da lista é o de seu ex-assessor e formulador ideológico, Steve Bannon, favorecido com o perdão total.
Prestes a deixar a Casa Branca, Trump se valeu de uma previsão na Constituição do país que permite ao presidente editar perdões de pena para qualquer crime a qualquer pessoa, exceto crimes de impeachment. É comum a presidentes concederem perdões em fim de mandato, mas não no volume dado pelo republicano.
Bannon – que também é próximo da família Bolsonaro – foi preso em agosto do ano passado acusado de fraude ao levantar recursos de doadores para a construção de um muro na fronteira entre os Estados Unidos e o México. Bannon foi preso em um iate avaliado em US$ 150 milhões, de propriedade de um empresário chinês e solto após pagar uma fiança equivalente a R$ 27 milhões.
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Além de Bannon – que ocupou cargo estratégico dentro da Casa Branca no primeiro ano de Trump, até ser demitido –, entraram na lista dos perdoados Elliott Broidy, um doador republicano acusado de lobby para autoridades chinesas e malaias, e o rapper Lil Wayne, preso por posse ilegal de arma de fogo.
Em dezembro, Trump já havia concedido perdão presidencial a antigos aliados, tais como seu estrategista político Roger Stone, o seu ex-gerente de campanha Paul Manafort e o ex-conselheiro de Segurança Nacional Michael Flynn.
O republicano deixa a Casa Branca hoje, quando Joe Biden será empossado presidente. Trump não participará da cerimônia de transmissão do cargo e insiste no discurso de que perdeu porque a eleição foi fraudada.
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A possibilidade de um presidente conceder perdão é uma aberração antidemocrática.
Ainda bem que foi lá.
Né?