A evolução da curva da pandemia da Covid-19 dividiu espaço na cena global da mídia da semana com os protestos nas ruas de cidades norte-americanas e de outros continentes contra a morte de George Floyd por um policial branco.
Mas houve um fato relevante no ecossistema da comunicação digital, além da abundância de informações e rumores sobre o vírus e a esperada vacina. Os mais prestigiados colunistas e jornalistas especializados em tecnologia e mudança de comportamento captaram o fenômeno com muita atenção.
Podem anotar: o futuro está com o Tik Tok! App de vídeos, a rede social chinesa não só virou a febre da internet, como se tornou o novo fórum de ativismo cívico, junto com o Snapchat e o Instagram.
Ali as coisas estão acontecendo e ditando os novos rumos dos ventos midiáticos. Shira Ovide, da coluna On Tech do jornal New York Times declara que a força na internet é do app chinês.
Com precisão ela pontua diferenciais importantes sobre o TikTok. “É a primeira fonte de entretenimento nascida e construída para a era dos smartphones – e pode mudar tudo”.
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É também a primeira vez – isso também é importante – que os americanos consideram que empresas americanas nem sempre governam a internet.
PublicidadeOutra análise da colunista: o TikTok pode parecer familiar, mas tem uma alma diferente de outras redes sociais que o antecederam. “É uma expressão do que as pessoas estão sentindo. Um vídeo do TikTok me dá uma noção da essência de alguém, em conjunto de nossa essência coletiva”.
Gillian Tett, da revista do Financial Times, escreveu um artigo elucidativo sobre como a internet está mudando o protesto. A análise passa pelos feeds na timeline de suas filhas e nos mostra que influencers que costumam escrever sobre cuidados para a pele agora ensinam como se prevenir das bombas de gás lacrimogêneo.
E que adolescentes (mas não só) de classes médias altas britânicas prestam solidariedade e engajamento via TikTok. Na rede social, dicas úteis em tempos de protesto se propagam em segundos ao redor do mundo, como postagens para adolescentes colocarem seus celulares no modo avião para evitar serem rastreados.
O que já seria possível antever como duradouro e impactante nesses novos ventos na internet? Que a juventude americana se torna mais politizada e que a internet está mudando a dinâmica do protesto, diz a jornalista do Financial Times.
Que o TikTok tem muitos dos problemas familiares à internet, como excesso de coleta de dados, perseguição e desinformação prejudicial. Há políticos americanos que temem que o TikTok seja um canal para a China desviar dados dos americanos (o que é negado pelo app), observa a colunista do NYT.
Ela ressalta não saber se os medos são válidos, mas diz que a rede chinesa é definitivamente um “mind bender” (controlador de mente). E é também um dos primeiros serviços de internet chineses que é mundialmente popular.
Feito para pessoas que nunca assistiram TV, ela avalia que o TikTok “pode estar reconectando o entretenimento, dando à próxima geração de ativistas novas maneiras de contar histórias e desafiando a ordem global da Internet”.
A hora é agora! Marcas se posicionam contra o racismo
Empresas, marcas e produtores de conteúdo se posicionaram contra o racismo nesta semana. Mensagens em apoio à comunidade negra enquanto manifestações acontecem nos Estados Unidos e no Brasil foram publicadas nas redes sociais, principalmente no Instagram. Usuários comuns postaram imagens apenas com a cor preta, demonstrando apoio à causa.
Após ser criticada, Globo News inclui comentaristas negros
Em um momento em que a pauta em maior discussão no mundo é o antirracismo, a Globo News manteve a programação jornalística apenas com profissionais brancos falando sobre o tema. O canal resolveu mudar a postura após ser massivamente criticada na internet. Depois disso, o programa Em Pauta passou a contar com um time de profissionais negros, no comando do jornalista Heraldo Pereira, acompanhado de cinco mulheres negras como novas comentaristas.Grupo investirá exclusivamente em empresas lideradas por negros
O grupo japonês SoftBank anunciou o lançamento de um fundo de US$ 100 milhões para investir em empresas lideradas por fundadores e empresários negros e latinos. A ação é descrita como a oferta do SoftBank para melhorar a diversidade. O esforço do SoftBank do Japão deriva de uma reação aos protestos que varreram os EUA nesta semana, depois que George Floyd, um homem negro desarmado, foi morto por um policial branco.
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