O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), decidiu neste sábado (8) cancelar uma sessão solene pelo Dia Mundial de Jerusalém (Al-Quds, em árabe), uma data usada atualmente no mundo islâmico para defender que a cidade no Oriente Médio é capital da Palestina, e não do Estado de Israel.
Marcado para a próxima quarta-feira (12) às 9h, o evento ocorreria a pedido do deputado Evandro Roman (PSD-PR). O parlamentar, que tem laços com a comunidade árabe em Foz do Iguaçu, no oeste paranaense, fez o requerimento no dia 10 de abril. Maia autorizou a sessão em 27 de maio, mas voltou atrás. Segundo apurou o Congresso em Foco, o presidente da Câmara atendeu a pedidos de deputados do PSL e da frente parlamentar evangélica.
A assessoria de Maia confirmou que o cancelamento “foi uma decisão do presidente”, mas não deu uma justificativa. O espaço segue aberto para manifestação. Segundo o blog de Lauro Jardim, do jornal O Globo, Maia “disse a um inetrlocutor que fará, sim, uma homenagem a povos árabes e muçulmanos. Mas não quer que a Câmara promova um evento com qualquer conotação de disputa entre árabes e judeus”.
Leia também
> Depois de aliança com Israel, Bolsonaro tenta selar paz com palestinos
O Dia Mundial de Al-Quds foi criado em 1979 pelo Aiatolá Khomeini, líder da revolução iraniana deflagrada naquele ano, e é comemorado por parte do Islã na última sexta-feira do Ramadã, que em 2019 foi de 6 de maio a 4 de junho.
Procurado pela reportagem, o deputado Evandro Roman, propositor da sessão solene, disse não ter sido avisado por Maia e que foi pego de surpresa. “Ano passado nós fizemos e não teve problema nenhum. A Câmara dos Deputados é uma casa da tolerância e uma casa democrática, dos representantes do povo”, disse o parlamentar.
Um dos pedidos de cancelamento partiu da deputada Carla Zambelli (PSL-SP), que disse ter sido procurada pela Confederação Israelita do Brasil (Conib) e pela Hebraica de São Paulo. O motivo da intervenção, segundo ela, é que a data é marcada, em países como Canadá, Reino Unido e EUA, por manifestações de ódio a Israel e ao povo judeu. “No Brasil pode não ter acontecido nada [na homenagem à data na Câmara em 2018], mas você concorda que neste ano nós estamos vivendo um ambiente na política muito mais polarizado do que no ano passado?”, questiona.
“Eu sou cristão, católico, convicto dos meus princípios”, rebate Roman. “Mas esse fundamentalismo extremista [contra os povos árabes, na visão dele] leva muitas vezes, dentro do Brasil, a essa intolerância. É lamentável”, critica.
No requerimento em que pede a sessão solene, Roman destaca que o Brasil sempre buscou uma solução negociada para o conflito palestino-israelense, mas afirma que “as diversas resoluções das Nações Unidas e o Direito internacional não reconhecem a soberania do Estado de Israel na ocupação de qualquer parte de Jerusalém. Jerusalém é a capital histórica e milenar da Palestina”.
> Maia e outros parlamentares criticam ideia do “Peso Real” dita por Bolsonaro
Esses politiqueiros devem antes de decidir matérias que envolvam “disputas religiosas e geopolíticas de outros países” que tomem juízo e tenham o mínimo de vergonha na cara de não se meter em assuntos desse tipo. O que a sociedade brasileira, o cidadão vai ganhar com isso?, justamente os contribuintes que pagam esses politiqueiros, nossos “meros empregados temporários”.
O Brasil caminhando para resseção e os deputados brincando de árabes e israelitas.
O presidente brincando de arminha, tirar radares, perdoar multas, tirar cadeirinhas das crianças nos carros.
Parece uma grande piada.