Fato: S.M. Maduro I, “El Desagradable”, fica. De nada irão adiantar tentativas de diálogo, chamadas à razão, iniciativas diplomáticas, manifestações multitudinárias nas ruas da República Bolivariana da Venezuela e alhures, pressões econômicas, caras feias. Tão pouco as canhestras tentativas da oposição de conclamar as forças de segurança à rebelião contra os altos mandos.
E por quê? Porque o ”companheiro” Maduro tem as costas quentes. Conta com o apoio total de quem interessa: Rússia, China, Irã, Coréia do Norte e Nicarágua. Só isso? Falta um detalhe crucial: Cuba. O regime bolivariano é indispensável para que o regime cubano continue no poder. A Venezuela envia em torno de 100 mil barris de petróleo diários à ilha, sem cobrar, o que permite a sobrevivência do regime castrista.
Mas tamanha generosidade revolucionária tem contrapartidas. A principal delas: segurança. Desde os tempos de Chávez (esse sim um líder popular que não precisava garfar eleições) até a segurança pessoal da presidência é feita por cubanos. E Cuba tem, talvez, o melhor sistema de controle social do planeta, estudado na falecida República Democrática Alemã, na famosa escola da Stasi e aprimorado nos trópicos. Em Cuba, todo prédio tem pelo menos um informante dos serviços de segurança e todo quarteirão conta com um Comitê de Defesa da Revolução que alerta até de qualquer piada contra o regime.
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Há dezenas de milhares de cubanos na Venezuela, entre agentes de segurança, médicos e outros. O controle é tentacular, não existe bairro que não esteja estritamente monitorado. Em particular, as forças armadas e de segurança são objeto de vigilância, espionagem e escutas diuturnas.
Praticamente impossível cogitar um golpe nessas circunstâncias. Existem numerosos casos de militares, de generais a tenentes, que foram presos e torturados por discordar do regime. Até no exterior não há segurança. Recentemente, um tenente do exército bolivariano, Ronald Ojeda, fugiu e refugiou-se em Santiago do Chile. Tolinho, acreditava que lá estaria à salvo e passou a manter um blog criticando o líder vitalício Maduro. Pois bem, em fevereiro de 2024, uma equipe de sicários o sequestrou e assassinou em Santiago, não sem antes torturá-lo um pouco. Dá para entender por que o presidente do Chile, Gabriel Boric, foi dos primeiros a denunciar a fraude eleitoral de Maduro.
Os assassinos não eram agentes de segurança venezuelanos ou cubanos, mas membros do cartel Trem de Aragua, a principal facção criminosa da Venezuela, com ligações com o PCC e o CV do Brasil e grande exportadora de cocaína aos Estados Unidos. Aliás, uma das fontes de renda do regime bolivariano é o narcotráfico, que conta também com o denominado Cartel de los Soles formado por generais venezuelanos. Por esse fato, inclusive, Maduro não pode cair, nem se quisesse renunciar, pois é prisioneiro tanto de Cuba como do narcotráfico, se tentar sair terá vida curta.
E o Brasil nisso tudo? Regimes totalitários e ditaduras só respeitam uma coisa: a força. Entendida como força militar capaz de derrubá-los. A força da retórica, na qual a diplomacia do Brasil exerce domínio incontestável, é tida como irrelevante. Como nosso país representa, militarmente, uma ameaça pífia devido a décadas de falta de investimentos em moderno material bélico (agora parece ser que temos 2 (dois) aviões de combate modernos), somos humilhados por tiranetes de plantão. Exemplo a diminuta Nicarágua que expulsou o embaixador do Brasil por este não comparecer à celebração da dita revolução sandinista.
O recado não foi apenas do jurássico casal Ortega que dirige um regime estalinista tropical, mas do irmão primogênito: Cuba. Assim, pode-se entender o equilibrismo retórico do governo brasileiro em torno da Venezuela, que hoje é uma província ultramarina do regime da Havana. Por isso o contorcionismo verbal do presidente Lula evitando chamar Maduro pelo que ele realmente é: Um tirano. Qualquer palavra fora do lugar será pretexto para expulsar os brasileiros da Venezuela, romper galhardamente relações diplomáticas e enviar dezenas de milhares de venezuelanos à fronteira. Além de, em atitude revolucionária e soberana, não pagar os bilhões de dólares que deve ao BNDES, ou seja, o prejuízo será do contribuinte brasileiro.
O que fazer com o “Superbigote”? Pois é, até de herói de desenhos animados ele posa, mas está mais para “João Bafo de Onça” que para membro da Liga da Justiça. Pouco ou nada resta ao Brasil. A diplomacia não adianta para acalmar a situação. O povo venezuelano será massacrado ou terá de emigrar. Podemos, quando muito, pisando em ovos, tentar aliviar a situação humanitária, conceder refúgio político e econômico. O regime do espalhafatoso e boçal Maduro não tem o menor interesse em dialogar ou chegar a um consenso. Assunto encerrado.
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