Após o início de uma crise provocada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho de Jair Bolsonaro, que chamou o coronavírus de vírus chinês e afirmou que o país asiático é o responsável pela pandemia de coronavírus, um homem resolveu ir até a embaixada da China no Brasil e colocar, no gramado da frente, duas faixas com mensagens ofensivas contra o embaixador.
Questionado pelo homem que fez o flagrante, o rapaz que colocou a faixa falou que o fez “só pra não deixar passar batido, para registrar a insatisfação”.
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Bolsonaro não se desculpou
Após os presidentes da Câmara e do Senado pedirem desculpas à China pelo fato de o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) ter culpado o país pela propagação do coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro, pai de Eduardo, afirmou que não vai se desculpar.
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“Eu cometi algum crime? fiz alguma acusação? Me responda se eu fiz uma acusação. Por que você não pede desculpa, então?”, disse ele a um repórter em frente ao Palácio da Alvorada na manhã desta sexta-feira (20).
O presidente minimizou o episódio entre seu filho e o embaixador chinês no Brasil, que respondeu aos ataques de Eduardo. “Esse assunto é página virada. O governo brasileiro está muito bem com a China. Se houver necessidade, eu ligarei sim para o presidente Xi [Jinping, da China]. Faz parte do meu ofício tomar uma atitude como essa”, disse.
Raízes no passado
Também nessa sexta, Jair Bolsonaro disse que desde que assumiu a presidência, não criticou a China. O que o chefe do Executivo não comentou, no entanto, é que até a véspera de sua posse, costumava fazer diversas críticas ao país que é o principal parceiro comercial do Brasil há 10 anos. Bolsonaro também mantém como ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, frequente crítico dos chineses.
Durante as eleições, o então candidato à presidência do Brasil, Jair Bolsonaro, afirmou que os chineses “não estão comprando no Brasil. Eles estão comprando o Brasil”. Nessa mesma entoada, o então candidato se mostrou contrário à privatização de ativos da Eletrobras, pois, segundo o Bolsonaro em campanha, os compradores chineses dariam os maiores lances.
Em 2017, Bolsonaro disse que que o chinês não tem coração. No raciocínio de Jair, a prova disso era o fato dos chineses não enviarem seus homens para o Afeganistão e também não enviarem seus soldados para lutar no Iraque. “A China está garantindo sua segurança alimentar com nossas terras, e vamos nos tornar inquilinos dela”, disse em 11 de julho de 2017.
Se os posicionamentos do presidente ficaram pra trás a partir do momento em que tomou posse, a do ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, não mudou tanto assim. Ernesto acredita que precisa levantar “barricadas contra a China maoísta que dominará o mundo!”. Em aula para formandos do Itamaraty, o ministro disse que o Brasil não vai “vender sua alma” para “exportar minério de ferro e soja” para a China.
O país asiático é, há 10 anos, o principal parceiro comercial do Brasil em todo mundo. Em 2018, as exportações entre os países atingiu quase R$ 400 bilhões.
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