Nesta quarta-feira (1º), o Brasil assumiu pela quarta vez a presidência do Brics, em meio a expansão do bloco. O grupo de países em desenvolvimento aumentou de cinco membros para dez em 2024. Já no início deste ano, ingressam mais noves países confirmados pela Rússia: Cuba, Bolívia, Indonésia, Bielorrússia, Cazaquistão, Malásia, Tailândia, Uganda e Uzbequistão.
A entrada dos novos membros foi definida na última cúpula, que aconteceu em outubro de 2024, sediada pela Rússia, então presidente. Na ocasião, os integrantes do bloco criaram uma nova categoria para parceiros associados. O governo brasileiro ainda não divulgou se os nove países serão incorporados ao Brics como membros plenos ou associados.
Nesta gestão, o Brasil tem os desafios de fortalecer a institucionalidade do bloco e, ao mesmo tempo, integrar os novos membros aos grupos de trabalho. Outra prioridade dar é continuidade a criação de uma moeda local que dever ser usada no comércio entre os países do Brics, para substituir o dólar americano.
Governança sustentável
O lema do bloco este ano é “Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável”. Sob liderança do Brasil, o Brics pretende priorizar debates relacionados ao desenvolvimento sustentável, mudanças climáticas e redução da pobreza.
Para promover a governança sustentável, o governo pretende fomentar cooperação econômica, o apoio ao financiamento de projetos de combate às mudanças climáticas e o avanço no desenvolvimento de tecnologias em inteligência artificial.
Além disso, um foco importante será o fortalecimento das estruturas de financiamento para lidar com os impactos das mudanças climáticas nos países membros. As ações estão em consonância com os objetivos da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30).
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, o Brasil vai concentrar as atividades relacionadas ao Brics primeiro semestre deste ano, em razão da COP30, que acontecerá em Belém (PA), no mês de novembro.
Prioridades
O presidente Lula também pretende expandir as relações multilaterais, durante sua gestão do Brics. Ele tem destacado a importância econômica do bloco internacionalmente. O Brasil ainda trabalhará para reforçar a cooperação entre os países do Sul Global, com ênfase na área da saúde e no fortalecimento institucional.
Ao todo, o Palácio do Planalto definiu cinco prioridades do Brasil para a agenda do Brics.
1- Facilitação do comércio e investimentos entre os países do agrupamento, por meio do desenvolvimento de meios de pagamento;
2- Promoção da governança inclusiva e responsável da Inteligência Artificial para o desenvolvimento;
3- Aprimoramento das estruturas de financiamento para enfrentar as mudanças climáticas, em diálogo com a COP 30 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025);
4- Estímulo aos projetos de cooperação entre países do Sul Global, com foco em saúde pública;
5- Fortalecimento institucional do Brics.
A presidência do Brics é rotativa e tem duração de um ano. O Brasil deveria assumir em 2024, mas cedeu o lugar para Rússia a fim de se concentrar em sediar o G20. Segundo informe do governo, entre fevereiro e julho deste haverá mais de 100 reuniões, previstas para acontecer em Brasília. Já a Cúpula do Brics, espaço de deliberação entre chefes de Estado e Governo, está programada inicialmente para julho, no Rio de Janeiro.
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