A Organização das Nações Unidas (ONU) todo mundo conhece. Da Organização Mundial do Comércio (OMC) todos nós já ouvimos falar. Mas e a Organização Mundial do Banheiro, a OMB? Para a maioria dos brasileiros trata-se de uma ilustre desconhecida. No entanto, ela existe desde 2001, quando foi criada por representantes de 190 organizações de 56 países, reunidos em um evento sobre saneamento básico ocorrido em Cingapura.
A missão da Organização Mundial do Banheiro, como não poderia deixar de ser, é promover a construção de banheiros pelo mundo afora. Um objetivo básico demais? Pense duas vezes e dedique-se a uma pequena pesquisa.
Comece pelos lixeiros que todos os dias percorrem nossas cidades. Há algum banheiro para eles pelas ruas? Em seguida pergunte aos motoristas de táxi se perto dos pontos nos quais eles trabalham existe algum banheiro. Faça a mesma pergunta aos ambulantes, aos carteiros, aos policiais encarregados do policiamento ostensivo de nossas cidades, aos operários que trabalham nas obras públicas e até aos mendigos. De todos eles a resposta ouvida será um sonoro e muito doído “não”.
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Procure saber quantas pessoas no mundo sofrem com o problema da falta de banheiros. O número irá assustá-lo: são 2,5 bilhões de pessoas! Umas 13 vezes mais do que toda a população brasileira! Sim, esse é o número de seres humanos que, em pleno século 21, não têm acesso a um simples banheiro.
E aí você pode se informar acerca das consequências desse problema e novamente ficar impressionado: a cada ano, por causa da falta de banheiros, 200 milhões de toneladas de urina e fezes são despejadas sem qualquer tratamento no ambiente, semeando doenças e epidemias e ceifando impiedosamente a vida de muitos semelhantes nossos, no mais das vezes crianças.
Talvez, diante desse quadro, seja oportuna uma reflexão um pouco mais profunda. Que humanidade é essa, afinal, que gasta tantas fortunas com armas e supérfluos e precisa de uma Organização Mundial do Banheiro para defender aquele semelhante nosso que está ali na rua, sob as nossas vistas, fazendo suas necessidades atrás de um muro ou de um poste, se degradando e degradando um pouco cada um de nós?
Sobre essa humanidade nunca foram tão próprias as palavras de Mark Twain: “O homem é o único animal capaz de se envergonhar. E o único que tem motivos para isso”.
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