O ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou que a delação premiada de Élcio Queiroz foi a mola que impulsionou a operação da Polícia Federal denominada Operação Élpis na manhã desta segunda-feira (24). A operação deteve Maxwell Simões Corrêa como um dos executores do assassinato da ex-vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes há mais de cinco anos no Rio de Janeiro.
Dino explicou que uma atuação conjunta da PF, da Polícia Penal Federal com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) culminou na delação de Queiroz. “Há alguns anos essa investigação gira em torno desses dois personagens, o Ronnie Lessa e o Élcio Queiroz, que fez uma delação premiada que foi homologada judicialmente e resultou na operação de hoje no Rio de Janeiro”, informou o ministro.
Queiroz revelou a participação de um terceiro indivíduo, Maxwell Simões Corrêa, e confirmou a participação dele e de Ronnie Lessa no crime. “Com isso, nós temos, sob a ótica da PF e dos demais participantes da investigação, a confirmação de tudo que aconteceu na execução do crime.”
De acordo com o ministro, a delação esclareceu certos detalhes a respeito dos assassinatos. A narrativa de Élcio alinhou-se a outros aspectos de posse da polícia, como a dinâmica do crime envolvendo Queiroz, Ronnie Lessa e Maxwell, assim como outros participantes.
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“As instituições irão prosseguir a investigação, que não está concluída. Houve uma mudança de patamar na investigação. Se conclui a investigação de execução e agora iremos para os mandantes”, disse Dino, frisando que nas próximas semanas novas operações serão realizadas.
A ministra da Igualdade Racial e irmã de Marielle, Anielle Franco, se pronunciou sobre a operação da PF via twitter:
PublicidadeFalei agora por telefone com o ministro Flávio Dino e diretor geral da Polícia Federal sobre as novidades do caso Marielle e Anderson. Reafirmo minha confiança na condução da investigação pela PF e repito a pergunta que faço há 5 anos: quem mandou matar Marielle e por quê?
— Anielle Franco (@aniellefranco) July 24, 2023
Operação Élpis
A PF e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) deflagraram nesta segunda-feira a Operação Élpis, primeira fase da investigação que apura os homicídios da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, além da tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves.
A operação cumpriu um mandado de prisão preventiva e sete de busca e apreensão, na cidade do Rio de Janeiro e região metropolitana. O preso foi o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, suspeito de participar do assassinato.
De acordo com o MPRJ, Maxwell era o dono do carro usado para esconder as armas que estavam em um apartamento de Ronnie Lessa, acusado de ser um dos autores do crime. Suel também teria ajudado a jogar o armamento no mar.
Suel foi condenado em 2021 a quatro anos de prisão por atrapalhar as investigações, mas cumpria a pena em regime aberto. O ex-bombeiro tinha sido preso em junho de 2020 durante a Operação Submersos II.
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