O ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro foi anunciado na noite de domingo (29) como novo diretor-geral da Alvarez&Marsal, um dos maiores escritórios do planeta em termos de recuperação judicial e gestão de ativos. Na carteira de clientes da empresa estão a Odebrecht e a OAS, empreiteiras que estão em grave situação financeira justamente por conta da Lava Jato, que Moro julgou enquanto juiz.
A Odebrecht – cujos diretores passaram pelo julgamento da 13ª Vara Federal de Curitiba – ingressou com pedido de recuperação judicial em maio de 2019, enquanto o pedido da OAS vem de 2015. Ambos sob responsabilidade do escritório de origem norte-americana, assim como o grupo Atvos, nome atual da Odebrecht Agroindustrial.
O comunicado teria vazado no domingo à noite, durante a apuração, em um perfil do LinkedIn ligado à empresa – o anúncio, em inglês, foi apagado pouco depois. Nesta segunda-feira, um comunicado no site do escritório confirmou a contratação – Moro ocupará a vaga de diretor na área de Disputas e Investigações.
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“A contratação de Moro está alinhada com o compromisso estratégico da A&M em desenvolver soluções para as complexas questões de disputas e investigações, oferecendo aos clientes da consultoria e seus próprios consultores a expertise de um ex-funcionário do governo brasileiro”, justificou o escritório em comunicado.
Pouco depois, o próprio Moro confirmou a informação:
Ingresso nos quadros da renomada empresa de consultoria internacional Alvarez&Marsal para ajudar as empresas a fazer coisa certa, com políticas de integridade e anticorrupção. Não é advocacia, nem atuarei em casos de potencial conflito de interesses. https://t.co/089Q53ZHpf
— Sergio Moro (@SF_Moro) November 30, 2020
O escritório também é responsável por processos de recuperação de empresas como a Avianca, Livraria Cultura. No passado, a empresa também fui responsável pela recuperação judicial da Editora Abril.
Moro, que tinha intenções de integrar o Supremo Tribunal Federal (STF) enquanto era ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, passou a cogitar sua candidatura à presidência da República em 2022. Antes do anúncio da Alvarez&Marsal, Moro – um dos principais nomes da Operação Lava Jato – era um dos nomes cotados pela direita para concorrer no pleito daqui a 23 meses.
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Desejava muito q Sérgio Moro fosse Presidente da República. Não vejo ninguém (!) melhor qualificado. No entanto, compreendo q a vida tem q seguir e ele precisa ganhar dinheiro para viver com a família. Até às eleições de 2022 tem muita água prá rolar sob a ponte, dois longos anos, e nesse ínterim, é necessário trabalhar.
Moro não é mais juiz, nem ministro e já cumpriu a quarentena de lei. Assim, como o emprego oferecido é legal, não é imoral e nem anti-ético, não vejo nada de excepcional q Sérgio Moro aceite o trabalho.
No mais, torço para q ele concorra à Presidência em 2022, possibilidade q assusta a bandidagem nacional… e seu provável concorrente: o Capitão Encrenca, de triste memória.
Então nós vamos ter de volta os mais de ”600 milhão” de empregos que perdemos com a Lava Jato, com a ”falência de todas as empresas de engenharia”.