A defesa do ex-assessor de Jair Bolsonaro, coronel do Exército Marcelo Câmara, pediu nesta sexta-feira (23) ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que seja realizado um novo depoimento à Polícia Federal (PF), no âmbito da Operação Tempus Veritatis. Na quinta-feira, porém, o militar permaneceu em silêncio durante a oitiva da PF.
O ex-assessor não respondeu às perguntas dos investigadores, pois não estava acompanhado de seu advogado, Eduardo Kuntz. O defensor, na ocasião, acompanhou o depoimento de outro cliente, o também ex-assessor de Bolsonaro Tércio Arnaud. A Polícia Federal marcou os depoimentos para o mesmo horário a fim de coibir combinação de versões.
“A defesa do coronel Marcelo Câmara esclarece que não teve oportunidade de responder às perguntas, pois a autoridade policial disse que não tinha tempo para aguardar o encerramento do depoimento de Tércio Arnaud”, justifica o advogado em nota divulgada pela imprensa.
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A PF, por outro lado, rebate a versão da defesa. Segundo a corporação, o ajudante de ordens foi intimado com “antecedência regulamentar”. Apesar de poder depor sem a presença de um advogado, a Câmara manteve-se em silêncio. Para Kuntz, seu cliente “foi coagido a usar do silêncio, sem a presença de sua defesa técnica”, sobretudo pela sua “intenção de “de colaborar com as investigações”.
Após o depoimento, Marcelo Câmara foi levado à prisão às 18h. Desde 8 de fevereiro, deflagração da Operação Tempus Veritatis, o coronel está preso preventivamente. Ele e Arnaud são apontados pelas investigações como participantes do núcleo de desinformação e ataques ao sistema eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro.
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