A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foi usada para tentar produzir provas a favor de Renan Bolsonaro, filho do ex-presidente, durante investigação. As informações são do relatório da Polícia Federal (PF) referente à nova fase da Operação Última Milha, deflagrada nesta quinta-feira (11).
Em 2021, a PF instaurou inquérito para apurar suposto tráfico de influência por parte de Renan Bolsonaro. Entre as irregularidades, estava o recebimento de um veículo elétrico pelo investigado para beneficiar empresários do ramo da mineração. A interferência na operação teve objetivo de produzir provas de que a posse do veículo era de um dos sócios do filho do ex-presidente à época, Allan Lucena. Na ocasião, o policial federal Luís Felipe Barros foi flagrado filmando Allan, o que o levou a registrar uma ocorrência policial por ameaça.
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“Noutros termos, o presente evento corrobora a instrumentalização da ABIN para proveito pessoal. Neste caso o intento era fazer prova em benefício ao investigado Renan Bolsonaro”, aponta a PF.
O relatório ainda revela que os policiais tentaram monitorar ilegalmente Allan Lucena, para livrar Renan Bolsonaro da condição de principal investigado. Alvos da Operação Última Milha, o militar Giancarlo Gomes Rodrigues e o policial federal Marcelo Araújo Bormevet tentaram usar o sistema First Mile no monitoramento, porém não tiveram sucesso. Em um dos diálogos, Giancarlo lamenta que o sistema de monitoramento da Abin estava “fazendo falta”.
“O uso do sistema First Mile por parte dos principais responsáveis pelas ações clandestinas realizadas pela estrutura paralela infiltrada na ABIN é registrado, ainda, na lamúria dos interlocutores Bormevet e Giancarlo em ação clandestina que culminou na interferência da investigação cujo principal investigado era o filho do então Presidente da República Renan Bolsonaro”, explica a Polícia Federal.
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