A semana deve ter desdobramentos da investigação sobre a denúncia feita pelo ex-ministro Sergio Moro de que o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir politicamente na Polícia Federal. As expectativas giram em torno dos depoimentos de três ministros, do ex-diretor-geral da PF Maurício Valeixo e outros cinco delegados e da deputada Carla Zambelli (PSL-SP).
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Também há possibilidade de ser dada publicidade ao vídeo da reunião ministerial em que, segundo Moro, a pressão sobre ele foi mais explícita. O governo tentou sem sucesso impedir a entrega da gravação ao ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF). Há rumores de que Bolsonaro e ministros tenham feito críticas ao próprio Supremo, ao Congresso e à China durante a mesma reunião.
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Moro e a defesa de Bolsonaro devem assistir ao vídeo em “ato único” nesta terça-feira. O ex-ministro deixou o governo acusando o presidente de obrigá-lo a trocar o então diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, devido à sua resistência em mudar o superintendente da instituição no Rio de Janeiro, Carlos Henrique Sousa.
Ao pedir demissão do Ministério da Justiça e Segurança Pública no último dia 24, Moro disse que o presidente queria obrigá-lo a trocar o diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, para colocar alguém de seu contato direto no cargo. Carlos Henrique foi puxado para a direção-executiva da Polícia Federal pelo novo diretor-geral, Rolando Alexandre de Souza.
Além de Carlos Henrique e de Valeixo, devem depor nesta segunda o delegado Alexandre Ramagem, cuja nomeação para a diretoria-geral foi barrada pelo Supremo, Ricardo Saadi, ex-superintendente no Rio, Alexandre Saraiva, superintendente no Amazonas, e Rodrigo Teixeira, delegado responsável pela investigação sobre o atentado a Bolsonaro em 2018.
PublicidadePara esta terça são aguardados os depoimentos dos ministros Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Walter Braga Netto (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo). Na quinta será a vez da deputada Carla Zambelli, que se comprometeu a ajudar Moro a ser indicado ao Supremo caso aceitasse a troca de Valeixo por Ramagem.
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