Há um ano estive num evento do Irelgov (Instituto de Relações Governamentais) para divulgação dos resultados de uma pesquisa de reputação realizada pelo instituto. Naquela ocasião o presidente do instituto contou sobre a experiência que teve junto com a comitiva que visitou Bruxelas para conhecerem como se pratica o lobby na Europa.
As perguntas que seguiram a exposição abordaram tanto a pesquisa quanto a experiência na Europa. Uma questão me veio à mente e perguntei ao presidente: “Como você entende que será nossa atividade daqui cinco ou dez anos?”. Eu queria fomentar esse debate. A resposta foi na linha que eu imaginava. Para ele, a atividade será muito mais metodológica, pautada, técnica. “Enquanto muitas vezes trabalhamos apagando incêndios, em Bruxelas eles estão estudando políticas para a próxima década”.
Algum tempo depois estive na ENAP, ainda em 2018, e pude assistir a uma apresentação do Marcelo Guaranys, hoje secretário executivo do Ministério da Economia, e seu time de craques: Erika Nassar, Fabiana Rodopoulos e Kélvia Albuquerque contando sobre o trabalho de lançar a gestão pública ao melhor nível internacional de boas práticas.
Leia também
Bebendo da fonte da OCDE, ao melhor estilo soft law, essa equipe publicou os guias de: Governança, Análise de Impacto Regulatório, Avaliação Ex Ante de Políticas Públicas e Avaliação Ex Post de Políticas Públicas e tem disseminado essas boas práticas pela Administração Pública Federal e irradiando para as outras esferas e níveis de governo. Isso eleva a gestão de políticas públicas a outro patamar, sobe o tom da conversa e estabelece um padrão de políticas baseadas em evidências. A forma flexível – por meio de guias de melhores práticas – permite que cada órgão internalize a metodologia a seu tempo e modo dentro de sua cultura organizacional.
Nessa semana eu tive satisfação de debater com esse time sobre governança, regulação e políticas públicas no novo governo. As falas de Erika, Fabiana e Kélvia trouxeram conteúdo riquíssimo de como é essa nova “linguagem” que gestores públicos e representantes da sociedade civil passam a utilizar no diálogo para definição de políticas públicas. Uma linguagem técnica, assertiva, transparente e baseada em evidências, que clama por maior no conteúdo e menos em fraseologia. Mas não foi só isso. As falas dessas três mulheres encheram todo o auditório de orgulho de ver como a gestão de políticas está sendo transformada. E mais, nos deram confiança em dias melhores, em políticas mais eficientes e de um Estado que dialoga para transformar.
Minha pergunta de um ano atrás, sobre como serão as Relações Governamentais no futuro, passa necessariamente pela transformação que essa equipe está fazendo.
Deixe um comentário