O ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Sidônio Palmeira, afirmou nessa quinta-feira (23) que vai mudar a forma com que o presidente Lula se comunica nas redes sociais. Durante uma plenária voltada aos deputados e à militância petista, o publicitário disse que a esquerda e o governo têm totais condições de enfrentar a extrema-direita nas redes.

“Vamos mudar o formato de como o presidente se comunica nas redes, ele tem um estilo, fala com facilidade e está com muita disposição de fazer diferente, querendo explicar, falar e fazer. Ele quer divulgar as ações, quer mostrar o que ele faz. E para vocês é importante engajar, curtir e compartilhar tudo quanto é mensagem do governo”, disse Sidônio a um público de 3,2 mil pessoas que participaram da plenária virtual.

Segundo o ministro, defensores do governo precisam fugir de conteúdos “pasteurizados” e padronizados nas redes sociais. Cada militante, orientou, deve se expressar à sua maneira com seus seguidores.

“A beleza está na diferença. Se fazer tudo pasteurizado, tudo igual, tudo montadinho, trabalhado, não dá. Rede social gosta das coisas sujinhas, sujinhas no bom sentido, aquele negócio mais soltinho, mais simples. É isso que precisa buscar, a beleza da militância de vocês, a beleza das pessoas mais simples do interior. É isso que faz com que a gente possa buscar engajamento. Comunicação não só são palavras, são gestos, palavras, olhar, entonação, aumentar tom de voz, tudo isso chama atenção. Quem sabe fazer isso melhor que ninguém é o povo. O presidente tem alcance tremendo, mas você também tem alcance segmentado. E, se todos fizerem isso, imagina o alcance disso.”

Sidônio avaliou que a direita tem tido desempenho mais forte nas redes por entender que a comunicação digital vai além da informação e do conteúdo. Por isso, defendeu, a esquerda precisa utilizar mais a emoção e a leveza no momento de se comunicar com o público.

“O que tem de diferente que a direita faz que a esquerda não pode fazer? Tirando a mentira e o ódio. A gente pode trabalhar sem isso, mas eles têm uma coisa: eles falam sempre do mesmo assunto, todos estão lá postando, deputados, absolutamente todos, e crescem com isso. E colocam aquilo como tarefa. A gente não pode fazer isso? Claro que pode. E a gente pode fazer de uma forma interessante, que é com a verdade.”

O novo chefe da Comunicação também ressaltou que a direita tem sucesso em suas investidas por repisar determinado tema à exaustão. “Vamos falar uma coisa de cada vez”, recomendou Sidônio. “O presidente Lula falou que (do jeito que é hoje a comunicação), fica parecendo que a gente está num restaurante self-service cheio de coisas e depois a gente nem sabe o que comeu. Muitas vezes é preferível ter um PF”, comparou o publicitário, numa referência a “prato feito”.

Para ele, “é hora de ganhar 2025” e preparar o terreno para as eleições do próximo ano. O ministro defendeu que ministros e apoiadores do governo formem uma “corrente positiva” nas redes sociais e não espalhem fake news e compartilhem apenas boas notícias sobre o governo. Sidônio afirmou que comunicadores digitais atuarão de maneira estratégica para difundir conteúdos favoráveis ao presidente Lula.

Na semana passada, o governo recuou de mudanças que pretendia fazer com o Pix após campanha orquestrada pela extrema-direita nas redes sociais com fake news.