Na manhã da última quinta-feira (26), policiais e servidores administrativos da Polícia Federal (PF) interromperam suas atividades para protestar em defesa da reestruturação salarial e de carreira em frente às sedes das respectivas superintendências. O movimento resultou da frustração nas negociações com o governo, e já existe previsão de uma paralisação em novembro caso sigam sem resultado.
Os protestos foram levantados tanto pela Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) quanto pela Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef). As duas entidades cobram a reestruturação desde o período de transição entre o antigo e o atual governo, mas o tempo para que qualquer negociação possa surtir efeito se aproxima do esgotamento na medida em que fica mais próxima a possibilidade de votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), prevista para a segunda metade de novembro.
A negociação acontece entre as entidades de representação das categorias da PF e a ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck. O tema seria tratado em reunião no último dia 17 junto ao secretário de Relações do Trabalho, Lopez Feijó, mas o encontro foi cancelado sob a alegação de não ter conseguido chegar a uma proposta que possa caber no orçamento. O governo precisa lidar não apenas com as dificuldades para alcançar as demandas dos servidores da PF, como também do Banco Central, que se encontra em operação-padrão sob a mesma demanda.
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O plano dos policiais e servidores da PF é de realizar um novo protesto durante uma sessão solene na Câmara dos Deputados no dia 8. Também está prevista uma paralisação em frente ao Ministério da Justiça e das delegacias no dia 16, data em que é comemorado o dia do policial federal. O presidente da ADPF, Luciano Leiro, não descarta a possibilidade de declaração de uma greve.
“Nada está descartado. É preciso que a gente espere os próximos passos, espere a reação do governo federal. A direção geral está trabalhando para que efetivamente seja implementada essa reestruturação, mas não podemos descartar nada”, declarou. Leiro compara a demora do governo em apresentar uma proposta com a situação enfrentada na gestão de Jair Bolsonaro, também marcada por protestos da categoria por reajustes.
Luiz Carlos Cavalcante, vice-presidente da Fenapef, demanda do Ministério da Gestão e Inovação uma articulação direta com o Congresso Nacional na elaboração da Lei Orçamentária de 2024 para que seja garantida a reestruturação “para que fique claro se de fato esse governo tem ou não compromisso com a segurança pública”.
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