A Comissão de Educação do Senado aprovou, nesta quinta-feira (31), um requerimento de convite do ministro interino da Educação, Victor Godoy Veiga, para prestar esclarecimentos à casa sobre a denúncia de um “gabinete paralelo” comandado por pastores no Ministério da Educação.
Também serão chamados para a próxima terça (5) os prefeitos envolvidos e beneficiados pela intermediação e repasses de recursos da pasta. Na próxima quinta (7), será a vez do presidente do FNDE, Marcelo Lopes da Fonte, e os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura. O ministro interino Victor Godoy já se disponibilizou a depor e será ouvido na semana seguinte.
O ex-ministro Milton Ribeiro é investigado pela Polícia Federal em decorrência de uma série de reportagens dos jornais O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo e O Globo que denunciaram a existência de um “gabinete paralelo” formado por pastores, que controlariam a liberação de verbas e a agenda da pasta. Ele foi quarto ministro na gestão do presidente Bolsonaro. A pasta é vista como um ponto importante da chamada “guerra ideológica” contra a esquerda travada pelo atual governo.
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Em áudio divulgado pela Folha, Milton Ribeiro disse, em encontro com prefeitos, que o governo prioriza amigos de pastores a pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL). Os religiosos citados pelo ministro são Gilmar Santos e Arilton Moura, que, apesar de não ocuparem qualquer cargo no governo, estiveram presentes em várias reuniões com autoridades.
O ex-ministro Milton Ribeiro foi convidado pelo Senado mas não compareceu, o que levantou ânimos para o início de uma possível CPI do MEC. Marcelo Castro (MDB-PI), presidente da comissão, esclarece que agirá com prudência e ouvirá os personagens antes de instaurar um processo de investigação pelo Legislativo. Segundo ele, os senadores estão dispostos a dar a chance de resposta dos envolvidos e, caso não se satisfaçam com os depoimentos, a decisão de uma comissão parlamentar de inquérito será “irrefreável”.
Já Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirma que a CPI já conta com a assinatura de 10 parlamentares, e defende o início de um processo rigoroso de investigação do que chamou de “misto de autoritarismo, incompetência e corrupção”.
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