Cláudio Secchin, secretário de Inspeção do Trabalho do Ministério do Trabalho, negou veementemente a participação em quaisquer irregularidades da Pasta. Secchin ressaltou que não tem relacionamento pessoal com nenhum dos investigados na operação Registro Espúrio, da Polícia Federal (PF), como a deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ), e que nunca atuou para beneficiar empresas que são alvo de fiscalização.
O secretário também afirmou que, apesar de ter sido indicado pelo PTB ao cargo, ele acredita que postos como o que ocupa, que costumam ser loteados a pessoas ligadas a partidos políticos, deveriam ser providos por eleições ou outro método mais isento.
Na semana passada, o Congresso em Foco publicou uma reportagem citando que Secchin faria parte de um grupo que supostamente atua para evitar que empresas sejam fiscalizadas e autuadas por desrespeito à lei que obriga a contratação de um número mínimo de aprendizes. A matéria se baseou em denúncias e investigações em curso atualmente.
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A matéria do Congresso em Foco cita que o ex-superintendente do Rio, Adriano Bernardo, que foi preso na semana passada pela operação da PF na operação sobre fraude em registros sindicais, atuou fora de suas prerrogativas para evitar que 11 empresas de segurança daquele estado fossem autuadas por falha no cumprimento da cota de aprendizagem.
“Tenho conhecimento de que houve procura de algumas empresas à superintendência [do Rio de Janeiro]. A orientação da minha parte foi de reivindicar que fosse firmado termo de compromisso para que houvesse contratação escalonada dos aprendizes. Mas não houve, por minha parte, nenhum tipo de comentário ou postura de que a fiscalização iria mudar ou tomar providência face ao não cumprimento da cota”, disse o secretário.
Sobre a situação, Secchin afirmou que Bernardo agiu desta maneira por “falta de conhecimento”. “No entendimento dele, ele tinha poder de interferir [sobre a fiscalização], mas nós orientamos o contrário. Ele não sabia dos trâmites”, disse.
A situação foi comunicada pela auditoria do Rio à secretaria que Secchin comanda no Ministério do Trabalho. A data de entrada do processo no gabinete foi 13 de abril. Secchin tomou posse no fim de maio. Apenas nesta terça-feira (10), em frente à reportagem do Congresso em Foco, Secchin assinou a permissão para que a denúncia fosse remetida para investigação da corregedoria, ao Ministério Público Federal (MPF) e à Controladoria Geral da União (CGU).
No Rio, Secchin foi substituto por um ano e meio de Helton Yomura, ex-ministro do Trabalho afastado na semana passada por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), e de Adriano Bernardo, também envolvido na mesma investigação da PF sobre registros sindicais.
Apesar do convívio, afirmou que tinham relação apenas profissional. Com Cristiane Brasil, apontada pela PF como a verdadeira líder do ministério, Secchin afirma que a encontrou em duas ocasiões: em um almoço no qual ela o convidou a ocupar o posto na secretaria; e em uma fiscalização do Rock in Rio no ano passado.
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