Na tarde desta quarta-feira (10), é esperada a oficialização, por parte do Planalto, da nomeação do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandoswki para assumir o lugar de Flávio Dino na chefia do Ministério da Justiça. A troca enfraqueceria a participação do PSB, que pleiteia o nome de Ricardo Cappelli para o comando da pasta, na Esplanada dos Ministérios. O líder do partido na Câmara, Gervásio Maia (PSB-PB), no entanto, descarta a possibilidade de atrito com o governo em caso de substituição, mesmo que isso inclua o resto da cúpula na pasta.
A partir de Flávio Dino, o PSB estabeleceu uma presença firme dentro do Ministério da Justiça. Além do ministro, o partido possui em seus quadros o secretário nacional de Segurança Pública, Tadeu Alencar; o secretário-executivo Ricardo Cappelli e o secretário de assuntos legislativos da pasta, Elias Vaz. Lewandowski, porém, possui seus próprios técnicos de confiança, podendo nomear estes no lugar dos socialistas.
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Gervásio Maia afirma que o partido permanecerá pleiteando a permanência da equipe do PSB nas principais secretarias do ministério, preferencialmente sob a chefia de Cappelli. “É um time que vem fazendo um trabalho muito bom, seja no campo político, seja na condição de quadro técnico no governo de reconstrução do presidente Lula, basta comparar os números da segurança pública em 2023 com os quatro anos do governo Bolsonaro”, defendeu.
Como ministro, Flávio Dino adotou reformas intensas na área de segurança pública, principalmente com a implementação de restrições no acesso a armas de fogo por civis. Apesar das crises na segurança dos estados do Rio de Janeiro e Bahia, o primeiro ano do governo Lula encerrou com queda nos índices de cometimento de crimes violentos.
O PSB também defende, como alternativa, a realocação de seus quadros no governo para outras funções, tal como ocorreu com o ministro Márcio França, que foi substituído por Silvio Costa Filho no Ministério de Portos e Aeroportos, mas passou a assumir a chefia de uma nova pasta, o Ministério da Micro e Pequena Empresa, desmembrado do Ministério da Indústria e Comércio.
O que fica descartada é a possibilidade de atrito entre o partido e o governo em caso de troca dos membros da cúpula do Ministério da Justiça. “A gente confia nas decisões do presidente Lula, confiamos nas escolhas do presidente. Vamos aguardar, deixando o presidente à vontade nas escolhas a serem tomadas. Somos parceiros no projeto de país, parceiros nessa construção”, garantiu o deputado.
Apesar de não haver definição sobre o destino dos membros do PSB na cúpula da Justiça, Gervásio considera pouco provável que estes deixem de assumir posições dentro do governo.
Os arranjos em um governo de coalizão são comuns, ainda mais no caso em questão quando o grande artífice da aliança PT-PSB já deu mostras de desprendimento, caso do Márcio França.
Cabe ao Presidente Lula, junto ao Alckmin ver até aonde pode ser dilapidado o patrimônio do PSB na aliança. No caso do PSB o peso maior não pode ser o número de deputados e senadores.