“O povo brasileiro é o povo mais covarde, imbecil e subserviente do universo”
(no final eu conto quem é o autor)
Dizem que o ex-governador Amazonino Mendes perguntou ao seu maior puxa-saco quem mais ele admirava no mundo. “O senhor!”, foi a resposta. – E além de mim?, quis saber Amazonino. “Quem o senhor indicar!”, respondeu o lambe-botas. Meu amigo, o poeta e jornalista Aldísio Filgueiras me contou que, na bela Manaus do milênio passado, os puxa-sacos se digladiavam pelo direito de preparar a vitamina de abacate e descascar os tucumãs e as pupunhas do café da manhã do então governador Gilberto Mestrinho. Meodeos…
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Pois a subserviência, que tem dezenas de sinônimos, como se verá mais à frente, e que é a segunda mais antiga profissão do mundo, continua na moda, e tem sido a marca mais nojenta do atual governo. Auxiliares graduados do Presidente Bolsonaro diariamente dão demonstrações da mais sórdida e oportunista adulação. O que não fazem por um naco de poder… O último ato de explicita sabujice foi perpetrado pelo general-ministro da saúde, que não teve a decência de pedir o boné e ir pra casa depois de ser publicamente desautorizado pelo capitão-presidente no caso do anúncio feito por ele da aquisição da vacina chinesa. Pelo contrário, curvou-se, subserviente: “Um manda, outro obedece”. Na caserna o respeito à hierarquia é fundamental. Se em plena batalha um soldado receber ordem para avançar, mesmo em condições arriscadas, seu dever é simplesmente obedecer. Mas num regime democrático, se o chefe dá uma ordem estapafúrdia ou desautoriza os atos de um subordinado, cabe a este, no mínimo por uma questão de vergonha na cara, discordar ou apenas devolver o cargo, limpar as gavetas e cair fora.
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E a imagem das Forças Armadas?
PublicidadeMas o que se tem visto é precisamente o inverso. Altos oficiais militares sujeitam-se diariamente aos caprichos e rompantes de um capitão (que foi posto pra fora das Forças Armadas pela porta dos fundos, é bom não esquecer). O governador do Maranhão, Flávio Dino, escreveu outro dia numa rede social: “Já perdi as contas de quantos generais do Exército foram humilhados e agredidos nesse governo Bolsonaro. Só não consigo entender para que se submeter a isso. E será que ninguém se preocupa com a imagem e o futuro das Forças Armadas?”
Integrantes dos mais altos cargos do governo são repreendidos como moleques, como ocorreu com o Posto Ipiranga. Bolsonaro simplesmente disse que não ia mais fazer o Renda Brasil que Guedes havia triunfalmente anunciado, e sim manter o Bolsa-Família. Graças ao puxa-saquismo explícito, Guedes baixou as orelhas e disse apenas que “a última palavra é do presidente”. E assim o Posto Ipiranga virou borracharia de beira de estrada.
A lambição de botas dos congressistas
No Congresso, a lambição de botas ficou explícita na sabatina ao futuro ministro do STF, Kássio Nunes. Numa demonstração de total falta de conhecimento do que significa o ritual de submeter um futuro membro da mais alta corte do país a uma inquirição sobre seus conhecimentos jurídicos, sua experiência e seus propósitos, o ato terminou se convertendo num desfile de louvaminhas e elogios. Tudo para ficar “de bem” com o chefe que o indicou. Auxiliares diretos submetem-se até ao risco de contágio pelo coronavírus, ao concordarem em aparecer junto ao caspitão-presidente em eventos públicos apinhados de gente sem usar máscara nem manter o distanciamento. Já que o chefe quer assim…
O puxa-saquismo compensa, sim. E não me venham dizer o contrário. Rei Lear, personagem de um clássico de 1605 de Sheakspeare, ao morrer divide o reino entre três de suas filhas. Mas nega uma porção para Cordélia, a mais nova, justamente a que tinha amor sincero por ele. Só que as outras massageavam com palavras e atos o ego do pai. E Cordélia, não. Era sincera, e isso o rei não suportava. Qualquer semelhança com um projeto de ditador das bandas de cá não é mera coincidência. Quantos auxiliares Bolsonaro já mandou pra casa simplesmente porque ousaram discordar dele e não o bajularam?
Alguns sinônimos de sabujo
Pra terminar gloriosamente, aí vão alguns sinônimos de subserviência. Como dizia Millôr Fernandes, quem se abaixa aos poderosos, mostra a bunda aos oprimidos. Escolha um deles e quando ficar perto de quem preencher os requisitos para ser um bom puxa-saco, grite bem alto. No mínimo, vai se sentir muito melhor. Mas, atenção: depois de gritar…, corra! Eles são muito perigosos:
– Caçambeiro, cafofa, lambe-botas, derrengado, lambe-cu, adulão, baba-ovo, escova-botas, engrossador, corta-jaca, capacho, chaleira, chaleirista, cheira-cheira, chupa-caldo, turificador, turiferário, xeleléu, xereta, incensador, zumbaieiro, louvaminheiro, canonizador, bajoujo, banhista, lambe-esporas, lambeta, mesureiro, afocinhado no chão, capacho, mesureiro, pelego, sabujo, servil, servilão, sorrabador, sabujo, bajulador e… puxa-saco , é claro!
(O autor da frase lá de cima é um subserviente puxa-saco sabujo e bajulador tão desprezível que nem Bolsonaro, que é internacionalmente conhecido como um dos mais fiéis lambe-botas de Donald Trump, aguentou tê-lo por perto: é o filósofo de araque Olavo de Carvalho)
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Eu não acreditava quando escutei no jornal.
Gostei deste artigo. Sem dúvida, o puxa-saquismo é uma doença do caráter. O puxa-saco, aliás, não é digno de confiança. É preciso cuidado com essa espécie humana. Os puxa-sacos são seres detestáveis, assim como são detestáveis também os que se deixam cercar por bajuladores. Ambos são doentes mentais que se complementam.
Mas, antes que eu me esqueça, gostaria de comentar ligeiramente a vexatória sabatina do futuro ministro do STF. Constrangedora, por causa da lambição explícita do saco do indicado. Aquilo ali nunca foi sabatina, mas uma seção de puxa-saquismo explícita e desavergonhada. Contudo, nada surpreendente. Esperada, até, pois as “excelências” não passam de um bando de devedores de explicações à justiça pela prática de crimes diversos e, francamente, quem tem rabo preso não pode mesmo interrogar um juiz que, amanhã, será seu inquisidor. Nessa circunstância, sob a ótica do malfeitor, melhor é ser subserviente. Mesmo porque político ladrão não tem mesmo vergonha na cara.
Voltando aos generais “caçambeiros, lambe-botas, lambe-cus, baba-ovos e capachos” do Capitão Encrenca, é muito mais constrangedor ainda, pois general que é general não se presta a lamber cu de capitão, ainda mais de um capitão que foi extirpado do Exército por absoluta falta de pundonor e que, em mais de 3 décadas de vida política, em nada foi útil à Nação. Contudo, convenhamos, nas fileiras de nossas gloriosas Forças Armadas, assim como em qquer instituição humana, também existem mazelas. Claro que, detectadas, são extirpadas. O caso do General Pazuello, porém, é de lascar o cano! O que teria ocorrido com ele? A única explicação e o ataque do Corona em seu cérebro.
Assino em baixo. CONCORDO 100%. Eu não pratico puxa-saquismo. Inclusive, para deixar bem claro isso, as vezes não dou nem bom dia para meu superior.
Eu também!
Isto sim, é uma expressão de raiva viu Félix,
Esse título revela muita coisa
Cara, estão sustentando esse vírus por motivos óbvios
Querem que esse vírus permaneça por mais tempo…
Olha para a China …
ela está passando uma mensagem para o mundo;
#estou nem aí
E o pessoal lá estão com todas as suas atividades normais
Aqui no Brasil o que temos são partidos políticos que lutam contra o Brasil e políticos criminosos corruptos