Os efeitos da pandemia de covid-19 impuseram grandes mudanças ao chamado Plano Mansueto. O texto, que inicialmente previa medidas de austeridade fiscal aos estados, acabou virando um plano de ajuda emergencial para que os governadores tenham mais recursos para o combate ao coronavírus.
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O governo resiste a esse movimento de aumentar a distribuição de recursos federais aos governadores. A falta de acordo levou ao adiamento da votação da matéria; desta quinta-feira (9) para a segunda-feira (13).
Enquanto a disputa política acontece nos bastidores de Brasília, os bolsonaristas se mobilizam nas redes sociais para atacar o plano de ajuda. Nesta quinta-feira, uma das hashtags mais populares no Twitter é a #PL149Original, que defende o texto original do Plano Mansueto, mais voltado a medidas estruturantes de responsabilidade fiscal. A narrativa dos apoiadores de Bolsonaro é de que os deputados, liderados por Rodrigo Maia (DEM-RJ) fazem alarmismos sobre a pandemia de covid-19 para conseguir mais recursos federais. Nesta quarta-feira, o número de mortos pela doença no Brasil chegou a 800.
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O que está em jogo, na verdade, é a “paternidade” de medidas de mitigação dos efeitos da pandemia. Ao repassar o dinheiro aos governadores, Bolsonaro não terá facilidade em se apropriar do bônus política das medidas – como aconteceu, por exemplo, no caso do auxílio emergencial de R$ 600.
Nas contas do governo, o auxílio a estados vai onerar o caixa federal em RS 180 bilhões, sendo RS 36 bilhões em transferências diretas e RS 144 bilhões em empréstimos.
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