O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, defendeu o ex-juiz Sergio Moro das acusações de ter interferido indevidamente nas investigações da Operação Lava Jato. Em um carro de som durante as manifestações pró-Sergio Moro e Lava Jato em Brasília, Heleno disse que o atual ministro da Justiça e Segurança Pública é um herói que está sendo atacado por “canalhas” que afundaram o Brasil.
“O ministro Moro teve a coragem de abandonar 22 anos de magistratura para se entregar à pátria sem ganhar nada. Ao contrário, perdendo seu salário. E este homem está sendo colocado na parede para tirar da cadeia um bando de canalhas que afundaram nosso país”, discursou, dizendo-se emocionado. “Acho uma calhordice quererem colocar o ministro Sergio Moro na situação de julgado, ao invés de juiz, invertendo os papéis, e transformar um herói nacional em acusado”, afirmou.
Há duas semanas Heleno chamou Lula de “canalha” e sugeriu prisão perpétua para o ex-presidente, durante café da manhã com jornalistas.
Na companhia do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, Heleno fez uma defesa enfática do governo. “Nós vamos transformar o Brasil. O presidente Jair Bolsonaro vai transformar o Brasil. Nós vamos mudar o Nordeste, nós vamos acabar com a roubalheira, nós vamos mudar esse país”, repetiu.
De volta ao Brasil depois de integrar a comitiva presidencial, o ministro do GSI comemorou o acordo firmado no Japão entre o Mercosul e a União Europeia como o renascimento da economia brasileira.
“Mais uma vez a previsão dos esquerdopatas, dos derrotistas fracassou. O presidente do Brasil volta de Osaka devidamente homenageado pelos grandes chefes de Estado do mundo. Foi recebido com todas as honras não só pelo governo japonês, mas por todos os presentes, incluindo os presidentes Macron [primeiro-ministro da França], Merkel [premiê da Alemanha] e Trump [dos Estados Unidos], todos os outros presentes. O mais importante é que quase na hora do encerramento nós conseguimos fazer a assinatura do acordo do Mercosul com a União Europeia. Isso significa o renascer econômico do Brasil.”
“Esqueçam ideologia”
Embora tenha atacado a esquerda, Heleno pediu aos parlamentares que esqueçam a ideologia e votem a favor da reforma da Previdência. A discussão sobre a reforma foi encerrada na comissão especial semana passada e pode ser votada pelo colegiado nos próximos dias.
“Diante desse fato, vim falar para apelar aos nossos brilhantes parlamentares, aqueles que têm a pátria acima de tudo, que não têm ideias de troca-troca, de ganhar cargos e estatais, que parem para pensar. Esqueçam ideologia e partido político e votem a reforma da Previdência. Aprovem, aprovem essa reforma, essa nova Previdência com o menor desgaste possível. É somente o início desse novo horizonte do Brasil. Nossos congressistas são diretamente responsáveis por essa medida que é absolutamente inadiável. O Brasil precisa deles e eles precisam de vocês”, discursou.
O ministro teve seu nome gritado e foi chamado de “o general mais querido do Brasil” pelo locutor que estimulava o público no trio elétrico. Eduardo Bolsonaro também arrancou aplausos ao atacar o ex-presidente Lula. Também no carro de som, ele disse que muitas “notícias falsas tentam dizer que Lula é um perseguido político e não um vagabundo preso”. “Tem mais condenação para vir por aí, tá ok?”
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