O Ministério da Saúde divulgou na tarde desta quarta-feira (5) as regras para a vacina de crianças de cinco a 11 anos contra a covid-19. A pasta recuou e abriu mão da exigência de receita médica para imunização do grupo, mas recomenda que os pais levem os filhos ao médico. Em coletiva, o ministro Marcelo Queiroga afirmou que a segurança e a eficácia da vacina já foram atestadas por agências internacionais. O imunizante que será usado no público infantil será da Pfizer, que possui dose menor do que a utilizada em adultos e possuirá uma embalagem distinta.
“Isso foi testado através de ensaios clínicos e já logrou aprovação em agências sanitárias respeitáveis, a exemplo do FDA [agência reguladora dos Estados Unidos], da Agência Europeia de Medicamentos, e agora teve o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Portanto, a Anvisa atestou a segurança regulatória”, destacou Queiroga.
De acordo com o governo, a campanha com vacina de crianças começará em ordem decrescente de idade e vai priorizar aqueles que possuem deficiência ou comorbidades. Também não será preciso a autorização dos pais ou responsáveis, caso a criança esteja acompanhada por um desses na hora da vacina.
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“Para todos aqueles que querem vacinar os seus filhos, o Ministério da saúde vai garantir doses da vacina. O ministério também cuidará para que as normas que foram sugeridas ou recomendadas pela Anvisa em relação à aplicação da vacina sejam seguidas”, disse o ministro.
Cronograma
O governo estima que até o fim de janeiro, a estimativa cheguem ao Brasil 3,7 milhões de doses de vacinas de crianças. As dosagens chegarão ao país em três voos, sendo um por semana. De acordo com o governo, o cronograma previsto é: em 13 de janeiro, chegará o primeiro voo; em 20 de janeiro, o segundo; no dia 27, o terceiro voo – todos com 1,248 milhão de doses.
A data de início da vacinação ainda não foi anunciada pelo Ministério. Se cumprido o cronograma, a distribuição aos estados iniciará no dia seguinte, 14 de janeiro. O intervalo entre as duas doses será de oito semanas, um prazo maior que o previsto na bula, de três semanas.
PublicidadeSegundo o IBGE, o Brasil tem cerca de 20,5 milhões de crianças nessa faixa etária. O Ministério da Saúde informou nesta quarta que já encomendou “mais de 20 milhões de vacinas pediátricas da Pfizer” – o que seria suficiente para a primeira dose, mas não para completar o ciclo vacinal.
Anvisa
A imunização infantil contra o coronavírus foi autorizada pela Anvisa em 16 de dezembro, mas há resistência no Executivo, por eco a falas do presidente Jair Bolsonaro, em incluir a ação dentro do Plano Nacional de Vacinação.
Mesmo sem parecer oficial da recomendação do Ministério da Saúde, na segunda-feira (3), o ministro Marcelo Queiroga antecipou que as doses da Pfizer já foram adquiridas e estão a caminho.
STF analisa postura da Saúde
Há expectativa de que o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), analise ainda nesta semana a ação movida pela Rede Sustentabilidade contra as decisões do governo, que buscou postergar o acesso da vacina de crianças contra a covid-19.
A ação da Rede contestava as intenções do governo de cobrar autorização dos pais para a vacinação de crianças. Com a decisão do Ministério da Saúde, a expectativa é que a ação seja considerada improcedente, por perda de objeto.
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