O presidente Lula (PT) vai anunciar ainda nesta quarta-feira (15) Paulo Pimenta, atual ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), como ministro extraordinário da reconstrução do Rio Grande do Sul.
A movimentação vem para enfrentar duas questões enfrentadas pelo governo: descontentamentos do Planalto com a gestão de Pimenta na Comunicação, insatisfação que cresceu na divulgação das ações federais diante das enchentes no Sul, e fortalecimento da base de Lula no Rio Grande do Sul, que é comandado pelo tucano Eduardo Leite.
Lula vai confirmar Pimenta no novo cargo durante visita nesta quarta ao Rio Grande do Sul. Esta será a terceira ida do presidente ao estado em duas semanas, desde que o início das enchentes que já deixaram 149 mortos e 112 desaparecidos, de acordo com o último balanço divulgado pela Defesa Civil do Rio Grande do Sul. O cargo extraordinário deverá durar de quatro a seis meses.
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Com Pimenta, que é deputado licenciado gaúcho pelo PT, Lula quer fortalecer a presença federal nas ações de reconstrução do estado depois das chuvas. O petista cresce também como um nome do partido para concorrer ao governo estadual em 2026.
O jornalista Laércio Portela, que já atuou na comunicação nos primeiros dois mandatos de Lula, assumirá interinamente o posto de ministro da Secom. Ele já vinha participando de reuniões para definir as estratégias novas que serão usadas pelo governo desde, ao menos, o dia 21 de março. Algumas das reuniões foram feitas com a presença de Lula.
Lula já vinha se queixando da comunicação do governo há alguns meses. Na avaliação do presidente, o governo “vende” mal suas ações, o que poderia estar se refletindo em sua baixa aprovação. O descontentamento, embora não tenha sido direcionado diretamente a Pimenta, ficou evidente na reunião dos ministros na segunda-feira (13), quando Lula recomendou desde a agenda que montaram para ele no Rio Grande do Sul, nas duas vezes em que esteve no estado, até da divulgação do que o governo federal está fazendo na região. Uma onda de fake news espalhada pela extrema-direita, sobretudo, dissemina a ideia de que o governo federal deu as costas para o Rio Grande do Sul.
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