O deputado João Roma (Republicanos-BA) foi nomeado ministro da Cidadania nesta sexta-feira (12) pelo presidente Jair Bolsonaro. O parlamentar assume o cargo deixado por Onyx Lorenzoni, que assumirá a Secretaria Geral da Presidência.
As mudanças estão em decretos publicados em edição extra do Diário Oficial da União (DOU). A Cidadania é a pasta responsável por programas bilionários, como o Bolsa Família, e pelo auxílio emergencial.
A escolha de Roma foi confirmada na última quarta-feira (10), mas só foi oficializada nesta sexta. A pasta é estratégica principalmente pelo fato de o governo estudar como prorrogar o pagamento do auxílio e também uma ampliação do Bolsa Família ou criação de um novo programa semelhante, ações de grande apelo político e social.
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O Republicanos se aproximou do governo no início de 2020, quando a bancada do partido na Câmara se reuniu com Bolsonaro. O partido já indicou cargos na administração federal como secretarias dos ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Regional.
A legenda tem fortes ligações com a Igreja Universal do Reino de Deus. O presidente do Republicanos, Marcos Pereira, e o ex-prefeito do Rio de Janeiro Marcelo Crivella são bispos da igreja.
Deputado de primeiro mandato, João Roma é próximo do presidente nacional do DEM e ex-prefeito de Salvador (BA), ACM Neto, de quem foi chefe de gabinete e o conhece há cerca de 30 anos.
Ao saber na quarta-feira (10) da escolha do amigo e ex-chefe de gabinete para assumir a pasta, Neto ficou insatisfeito e conversou com Roma e com o presidente do Republicanos, Marcos Pereira, para fazer o partido retirar a indicação. O Congresso em Foco apurou que, mesmo com os apelos do ex-prefeito de Salvador, Pereira manteve a indicação de Roma.
Antes de ser filiado ao Republicanos, Roma era do PFL, antiga denominação do DEM e já foi presidente da juventude do partido. O deputado da Bahia é da ala do Republicanos que não tem ligação com a Universal.