De acordo com o ministro da economia Paulo Guedes, os índices econômicos apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na última quinta-feira, que apontam para uma queda de 0,1% do PIB no último trimestre, representam o momento de retomada da economia nacional, constantemente referido pelo ministro como “crescimento em V”.
De acordo com ele, a “recuperação em V se refere ao nível do PIB. Ele caiu lá embaixo, em 4%, e já voltou. Os programas de preservação do emprego e da atividade econômica, expansão de crédito, já funcionaram. A recuperação cíclica já aconteceu, nós já estamos de volta, já acabou o V. (…) Saímos do fundo do poço e a economia está em pé de novo”.
O ministro completou que o Brasil deve “atingir 20% do PIB em 2022”. As falas ocorreram durante sua palestra no Encontro Nacional da Indústria Química (Enaiq).
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“Crescimento em V”, expressão predileta de Guedes, seria um retorno da economia após um período de decréscimo, como um V, o primeiro traço para baixo e depois um traço para cima. Embora queda de 0,1% continue sendo um traço para baixo, o ministro enxergou isso como uma confirmação da sua profecia.
Guedes também rebateu críticas a sua gestão no Ministério da Economia. “Previsões equivocadas foram feitas. Primeiro, que o PIB ia cair quase 10%, caiu 4%, menos que a metade. Segundo, que o Brasil ia ficar em depressão. O Brasil voltou ‘em V’, como eu disse que ia voltar. (…) Aconteceu a recuperação em V, o Brasil está de pé”.
O último resultado do PIB é considerado um indicador de recessão econômica, tendo em vista se tratar do segundo trimestre seguido com crescimento negativo. No semestre anterior, a queda foi de 0,4%. Guedes afirma não ter culpa do resultado apresentado. “A agricultura, em função do mau tempo, por coisa da natureza, um acaso, desabou em torno de 8%”, alegou.
Durante a palestra, Guedes afirmou que seu principal critério para avaliar a economia não é o PIB, mas a taxa de investimento. Na sua avaliação, a taxa de investimentos do governo “está no pico”, representando 19,5% do PIB. “Está havendo uma enorme transformação do Estado brasileiro com as privatizações e com as mudanças de marco regulatório. (…) Como eu vou achar que o Brasil não vai crescer?”.
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