Servidores do Banco Central vão promover paralisações parciais nos próximos dias 13 e 15. A decisão foi tomada em assembleia do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), nessa quarta-feira (7), como resposta, segundo a entidade, à “desfaçatez” com que a categoria vem sendo tratada pelo governo federal.
A paralisação foi definida após a publicação de um decreto que regulamenta o bônus de eficiência dos servidores da Receita Federal, o que gerou reclamações no BC de assimetria de tratamento entre carreiras congêneres. As críticas do sindicato também são dirigidas diretamente à ministra de Inovação e Gestão, Esther Dweck, que não participou da reunião convocada por entidades representativas do corpo técnico do BC nessa quarta para tratar do assunto.
“Os integrantes do governo, seis meses depois da apresentação da pauta reivindicatória não-salarial pelos servidores, alegou não ter conhecimento das demandas da categoria”, diz o Sinal em nota. “Tendo em vista a desfaçatez, Assembleia Geral Nacional (AGN) com participação massiva dos servidores da carreira aprovou paralisações parciais ao longo da próxima semana (13 e 15/6/2023) com efeito imediato sobre a remarcação da reunião plenária do Fórum Pix, que estava prevista para ocorrer na tarde do dia 15/06. A reunião plenária anterior (prevista para março) também foi cancelada”, informou o presidente do Sinal, Fábio Faiad, em nota (leia a íntegra mais abaixo).
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Segundo ele, caso a agenda da categoria continue a ser ignorada pela ministra, o próximo passo será a aprovação da “operação padrão” com impactos ainda mais fortes sobre os serviços do BC.
Os funcionários do BC fizeram greve de 1º de abril até 5 de julho de 2022, no governo Bolsonaro. Eles cobravam reajuste salarial corrigido pela inflação dos últimos anos. Bolsonaro descartou o reajuste para os servidores federais naquele ano por causa de restrições orçamentárias. O então presidente acenou com o pagamento de um bônus de produtividade, como o da Receita. Mas isso não ocorreu até hoje.
Durante a greve, a maior da história da categoria, os funcionários do BC atrasaram a divulgação de diversos índices econômicos e financeiros, como o saldo da Caderneta de Poupança, o fluxo cambial, as estatísticas de crédito, o saldo das contas externas, o resultado primário do setor público consolidado e as estimativas do mercado no Boletim Focus.
Veja a íntegra da nota de Faiad, presidente do Sinal:
“A temperatura no Banco Central voltou a subir esta semana sem avanços nos pleitos em relação a reestruturação da carreira do BC e após a regulamentação do bônus de eficiência dos auditores fiscais da Receita Federal.
O sucateamento a olhos vistos da carreira de especialista do órgão, que vem ocorrendo na última década, com reajustes abaixo da inflação, sem novos concursos e com as crescentes assimetrias em relação a outras carreiras congêneres, coloca em risco as entregas da Autarquia à sociedade e põe em risco o cumprimento de sua missão institucional, incluindo seu papel de
regulador e fiscalizador do Sistema Financeiro Nacional e como gestor do STR, Selic e Pix, por exemplo.
No dia de ontem, as entidades representativas do corpo técnico do BC voltaram a realizar reunião no MGI, *novamente sem a presença da Ministra Esther Dweck*. Os integrantes do Governo, seis meses depois da apresentação da pauta reivindicatória não-salarial pelos servidores, alegou não ter conhecimento das demandas da categoria.
Tendo em vista a desfaçatez, Assembleia Geral Nacional (AGN) com participação massiva dos servidores da carreira aprovou paralisações parciais ao longo da próxima semana (13 e 15/6/2023) com efeito imediato sobre a remarcação da reunião plenária do Fórum Pix, que estava prevista para ocorrer na tarde do dia 15/06. A reunião plenária anterior (prevista para março) também foi cancelada.
Caso a agenda da categoria continue a ser ignorada pela Ministra Esther Dweck, o próximo passo será a aprovação da Operação Padrão com impactos ainda mais fortes sobre os serviços do BC.
Fábio Faiad
Presidente Nacional do SINAL”
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