Após depor por cerca de duas horas à Polícia Federal, o ex-ministro de Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres voltou ao presídio do 4º Batalhão de Aviação Operacional, no Guará, região administrativa do DF. Torres foi convocado para depor sobre indícios de intervenção no dia da votação do segundo turno, em 2022, na Bahia, por meio da Polícia Rodoviária Federal (PRF), reduto eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O ex-ministro negou qualquer envolvimento.
“O depoimento ocorreu dentro da normalidade. Anderson Torres compareceu à sede da Polícia Federal, abriu mão de seu direito constitucional ao silêncio e respondeu todos os questionamentos formulados. Mantém a postura de cooperar com as investigações, uma vez que é o principal interessado no rápido esclarecimento dos fatos e acredita que a verdade prevalecerá. A defesa reitera que as manifestações serão feitas nos autos”, divulgou em nota o advogado de defesa de Torres, Eumar Novacki.
O ex-ministro passou a ser investigado a partir de 30 de outubro do ano passado, data do segundo turno. Uma série de bloqueios em estradas e blitzes cercearam a ida de eleitores às urnas no Nordeste, conforme suspeita da Polícia Federal. Documentos registram a presença do ex-ministro dois dias antes da eleição entre Lula e Bolsonaro.
Torres era responsável pela PRF e Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), proibiu ações da PRF e da PF para viabilizar qualquer tipo de transporte mediante penalização criminal na data da eleição. Após a vitória de Lula, dados do Ministério da Justiça informaram que a PRF recebeu aporte de R$ 3 milhões para aumentar a fiscalização durante o dia 30 de outubro.
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